Ministério da Agricultura deve lançar plano Inova Cacau até outubro, antes da Cop28

Nos bastidores do 6º Fórum Anual do Cacau, realizado em Ilhéus (BA), na sexta-feira (21), a secretária de Inovação, Desenvolvimento Sustentável, Irrigação e Cooperativismo do Ministério da Agricultura, Renata Miranda, afirmou que o plano deve ser publicado pela pasta até outubro. “O cacau é uma cultura extremamente importante para o Ministério da Agricultura, porque traz um elemento de impacto social muito forte”, ressaltou.

Segundo Miranda, o ministério foi um articulador para o desenvolvimento do plano, que define metas para os próximos sete anos no setor do cacau. “Ele (Ministério da Agricultura) foi um agregador da cadeia do cacau para chegarmos em convergências e tirar o viés de interesse”, afirmou. O plano prevê, entre outros pontos, triplicar o acesso de produtores de cacau à assistência técnica (alcançando 30 mil produtores do País), e, com isso, aumentar a produtividade e alcançar a autossuficiência até 2030. A assistência técnica ao produtor é um dos maiores gargalos da cadeia hoje. Dos 93 mil produtores de cacau brasileiros, menos de 10% recebem esse tipo de assistência.

A associação CocoaAction Brasil, iniciativa da Fundação Mundial do Cacau (WCF, na sigla em inglês) foi uma das idealizadoras do Inova Cacau. Com parceria de oito empresas do setor (Barry Callebaut, Cargill, Dengo, Harald, Mars Wrigley, Mondelez International, Nestlé, e OFI) e cinco anos de atuação no País, a CocoaAction já conseguiu capacitar e regularizar a documentação de produtores e, com isso, ampliar o acesso a crédito via Programa de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). Em 2017, R$ 19,7 milhões haviam sido ofertados aos produtores de cacau pelo programa e, em 2021, o montante passou a R$ 67 milhões. Somente a Bahia foi responsável por quase 70% do valor tomado pelo setor.

Miranda afirmou que, com o programa Inova Cacau, ainda a ser detalhado pela pasta, a Agricultura terá objetivos de fiscalização, capacitação e oferta de crédito no setor do cacau. No entanto, segundo ela, o Estado também tem limitações e precisa que o segmento se desenvolva de forma autônoma. “Não é uma bala de prata (o auxílio do governo). A gente busca estimular que os produtores se associem em cooperativas, porque sabemos que a partir disso eles ganham outro nível de escala para comercialização”, afirmou. “Também estimulamos a indústria a reconhecer o alto padrão de qualidade do cacau e premiar os produtores por isso”, acrescentou.

Fonte:Jornal do Brasil

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