O projeto deverá fomentar a cadeia produtiva do cacau em Rondônia, desde o plantio, colheita, pós-colheita, processamento de amêndoas e subprodutos. Jaru, na região central do estado, tem mais de 51 mil habitantes, área de 2,9 mil Km², e situa-se numa altitude de 124m, a 292 quilômetros de Porto Velho.
Em 2022, as indústrias nacionais receberam 205,7 mil toneladas de amêndoas de cacau, um aumento de 4,1% em comparação com as 197,6 mil toneladas do ano anterior, conforme dados divulgados pelo SindiDados – Campos Consultores e divulgados pela Associação Nacional das Indústrias Processadoras de Cacau.
“Esse projeto foi abraçado de imediato pelo senador Confúcio, recebendo R$ 5 milhões de emenda parlamentar dele, para um trabalho de três anos com produção e distribuição de mudas, e assessoramento aos produtores rurais”, comentou Delmonico.
Segundo ele, na Escola do Chocolate acontecerá o processamento do produto e cursos de capacitação constantes para toda a comunidade estadual no setor.
Delmonico acredita no impacto socioeconômico: “As famílias saem de sua propriedade e voltam mobilizando outras fontes de renda e a sua produção. Quando a gente consegue investir na qualidade do cacau, essa amêndoa duplica e triplica de valor; quem estiver no projeto será contemplado.”
Marcileide Zirondi, analista do Sebrae-RO, disse que a parceria com a escola e o apoio do senador Confúcio Moura são fundamentais, porque vão ao encontro de três pilares: o social, o econômico e o sustentável. “É uma oportunidade única para o nosso estado divulgarmos esse precioso produto que nos dá energia e alimento com nutrientes para o dia a dia”.
O vereador Francisco Hildemburg Costa Bezerra, o Chiquinho funcionário da Emater, vê a possibilidade de êxito em todas as vertentes: produtividade, rentabilidade e qualidade de vida do homem do campo. “São 750 metros quadrados, é o maior da América Latina, e de certa forma irá trazer a expansão da lavoura cacaueira com sustentabilidade no estado.” “O cacau estava adormecido há quase 40 anos, os produtores não mais acreditavam nessa cultura, e hoje,
Jaru, na condição de Capital do Cacau, está impulsionando esse projeto”, acrescentou.
Campeão de produtividade, o agricultor Deoclides Pereira da Silva está satisfeito porque representará o Brasil na Holanda em fevereiro de 2024. Ele elogiou o apoio do senador Confúcio Moura com vistas à revitalização da lavoura cacaueira em diversos municípios de Rondônia. “O senador também está apoiando a Escola do Chocolate aqui em Jaru, que vai beneficiar centenas de famílias; é muito importante a profissionalização do povo que trabalha com cacau.”
“Queremos reiniciar o plantio do cacau, mais massivo, e aqui no Jaru já tivemos excelentes e cuidadosos plantadores e eles ganham todos os prêmios”, disse o senador Confúcio em entrevista à Rádio Massa. Para ele, o funcionamento do laboratório e do processamento da produção dentro do IFRO muito facilitam a obtenção de um chocolate bom, com o devido controle no teor de açúcar, “tudo dosado de acordo com a preferência do público do estado, do Brasil e do mundo.”
O senador lembrou aspectos a serem considerados: Rondônia possui atualmente mudas de cacaueiros tolerantes a doenças, entre elas a Crinipellis perniciosa (“vassoura de bruxa”) que ataca: almofadas florais, frutos e brotos; e o fungo Moniliophthora roreri (“monilíase”), que ataca somente os frutos do cacaueiro em qualquer fase do desenvolvimento.
Comentou ainda o fato de o chocolate europeu ser até então produzido em países que não possuem um pé de cacau. “Eles compram cacau da Bahia, do Pará, e da África em grande quantidade; então, da mesma forma que o algodão, o milho e a soja são exportados, o cacau também será exportado, e temos que voltar a ser o grande produtor brasileiro.”
“É uma semente boa que estamos semeando”, afirmou o senador ao comentar o uso da técnica. Confúcio manifestou-se confiante em que a Ceplac e a Emater ofereçam todas as condições para o êxito da revitalização dessa cultura.
Autor de emenda parlamentar contemplando a aquisição de 3 milhões de mudas de cacau clonal, o senador acredita que o IFRO e a Embrapa têm condições de adquiri-las e distribuí-las aos secretários municipais de agricultura. “A Emater classifica as pessoas interessadas no plantio e um vendo o outro ganhando dinheiro também optará pelo cacau, numa cópia que vai se estendendo, e feliz do projeto do qual lá na frente você perde o controle dele: começa pequeno e se torna grande.”
Fonte:Rondônia ao vivo