Nas últimas semanas, as indústrias processadoras de cacau, instaladas no sul da Bahia estão "criando" alguns entraves e dificultando as compras de cacau, segundo denúncias recebidas pelo Mercado do Cacau.
Segundo repassadores (empresas que compram o cacau em pequenas quantidades do produtor e revendem em grandes quantidades para as indústrias), dizem que estas, estão modificando os “critérios” de recebimento, para dificultar a compra, porque estão com os armazéns superlotados.
“A cada hora eles mudam alguma coisa e dificultam a comercialização. Tem empresa que determinou que só recebe o cacau até as onze horas da manhã, o que para a logística de caminhões, fica quase impossível chegar a tempo. Outra, tem deixado formar longas e intermináveis filas de caminhões na porta, controlando o padrão de umidade e fumaça das amêndoas no momento da entrega”, contou um vendedor que preferiu não ser identificado.
A Associação Nacional das Indústrias Processadoras de Cacau (AIPC) pontuou no mês de março (veja aqui) que este ano teria uma queda na produção nos primeiros meses do ano em comparação a 2014 e alertou que não haveria melhora no quadro em curto prazo.
O secretário-executivo da AIPC, Walter Tegani, analisou na ocasião, o impacto da crise econômica mundial no mercado do cacau. “O cenário só não está mais negativo em função da retomada do crescimento da economia dos EUA, o maior mercado consumidor de chocolate. Enquanto isso, mercados como o da Europa ainda buscam recuperação e dos países emergentes, como o Brasil, se encontram em recessão e sem sinais de melhora visível a curto prazo.”
A AIPC representa 95% do parque processador de cacau no Brasil unindo as cinco fábricas instaladas na Bahia e em São Paulo.
A situação preocupa os produtores, que por sua vez, estão vendo os preços sendo pressionados para baixo, já que o volume de moagem tem sido pequeno.
A solução, segundo apontam alguns produtores, seria que ao invés da indústria aplicar deságio, elas poderiam investir e capacitar a região, com o objetivo de alavancar a produção e retomar a posição de destaque no cenário internacional e estreitar a parceria entre os cacauicultores, afim de, torna-los autossuficiente na produção do cacau.
A redação do Mercado do cacau entrou em contato com a Barry Callebout e fomos informados que a empresa seguem com a normalidade das compras. Já na Cargill o representante estava em reunião durante o fechamento da matéria. Fonte: Mercado do Cacau