Esta plataforma da sociedade civil na Costa do Marfim visa atualmente 55 organizações de produtores de cacau. O objetivo é popularizar melhor os padrões desse setor para que os agricultores possam se adaptar.
Bakary Traoré, diretor-executivo da ONG Iniciativa para o Desenvolvimento Comunitário e Conservação Florestal (Idef), questiona: “Se tomarmos, por exemplo, a decisão de trocar o status de três florestas classificadas como agroflorestas, como vamos dividir os espaços dessas agroflorestas com os produtores?”. Ele responde: “Presume-se que as agroflorestas estejam mais de 75% degradadas. Isso significa que é ocupado pelo cacau. Tem gente que tem 10 hectares. Tem de haver pessoas a trabalhar na sociedade civil que compreendam estas questões. »
Para as organizações de agricultores, esse trabalho da sociedade civil permite que elas sejam mais bem informadas sobre as novas regulamentações. Com uma preocupação em mente: entender o significado de “rastreabilidade”, necessária para exportar suas amêndoas de cacau para a Europa.
« Temos de ser acompanhados para fazer a rastreabilidade »
Désirée Adon é administradora da cooperativa Coopasa em Agboville: “Os produtores chegaram ao ponto de criar comitês técnicos para gerenciar determinados temas. Agora, quando eles tiverem a informação, vamos tomar providências. Agora é ver o que fazemos. Porque a rastreabilidade exige muito esforço. Por exemplo, pedimos cacau de qualidade e dizemos: “Temos que classificar”. Estes são custos adicionais! É necessário, inclusive, recrutar novos atores para a inserção de dados. Por isso, é preciso estar acompanhado para fazer a rastreabilidade. »
Dentro de três anos, esta plataforma da sociedade civil espera chegar a uma centena de organizações de agricultores, espalhadas pelas 13 regiões onde o cacau é cultivado.
Fonte:RFI