A Agência de Defesa e Inspeção Agropecuária do Estado do Pará (Adepará) está fortalecendo ainda mais sua presença nas regiões produtoras de cacau com o objetivo de prevenir a entrada da Monilíase, doença causada por um fungo e que pode impactar a produção paraense.
Atividades de vigilância do trânsito agropecuário e ações de educação fitossanitária foram intensificadas nos municípios produtores. O trabalho é desenvolvido pelos fiscais agropecuários da Agência e conta com a parceria de instituições do setor agrícola e das prefeituras.
Na zona rural de Pacajá, no sudoeste paraense, distante 93 quilômetros da sede do município, os técnicos da Adepará falaram sobre sintomas, ações de prevenção, controle e cadastro de produtores em um evento com a participação de mais de 150 pessoas. Durante a semana de atividades, também foram realizadas inspeções e cadastramento em 18 propriedades rurais do município.
Em Paragominas, no sudeste paraense, o Dia de Campo também teve como tema a Monilíase. Durante o I Festival do Cacau do município, a fiscal agropecuária Ana Thaís Leão palestrou sobre o assunto e os produtores puderam tirar dúvidas no estande da Adepará.
Em Vitória do Xingu, no sudoeste do Estado, a Adepará realizou palestra em um evento promovido pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar/ATEG), onde os técnicos da Agência puderam expor as ações que têm sido desenvolvidas para a prevenção a entrada da Monilíase no Estado e sobre o cadastro de produtores e propriedades de cacau.
Nesta semana, durante reunião de planejamento estratégico na sede da Agência em Belém com a participação dos gerentes das 20 unidades regionais da Adepará, a diretora de defesa e inspeção vegetal Lucionila Pimentel disse que é prioridade manter a vigilância no trânsito e a educação sanitária para evitar a entrada da monilíase. E, reforçou o intenso trabalho no campo feito pelos fiscais.
“É prioridade manter a rotina semanal de vigilância do trânsito e de ações de Educação Fitossanitária, a prevenção ainda corresponde a melhor alternativa. O monitoramento das propriedades através do levantamento de detecção realizado pelo fiscal da Adepará assegura que não temos a doença. A intensificação destas atividades trouxe o agricultor para mais próximo da Adepará, sensibilizado pelos impactos que podem ser acometidos, assim já ultrapassamos as 1.000 unidades produtivas cadastradas na Adepará. Segundo dados do IBGE, estima-se em 30.000 os estabelecimentos produtores de cacau”, informou a diretora.
O diretor-geral da Agência, Jamir Macedo, destaca que 70% do cacau produzido no Pará é comercializado para a Bahia e que o momento requer diálogo com as Agências Agropecuárias de Estados fronteiriços ao Pará para manter o território paraense sem a presença do fungo, garantindo mercado para o cacau produzido aqui. ”Nós temos que continuar intensificando as ações de prevenção para que não haja interrupção na compra do cacau produzido no Pará, que hoje é fonte de renda para 30 mil produtores”, ressaltou.
Monilíase – Doença que ataca os frutos do cacaueiro (Theobroma cacao), do cupuaçuzeiro (Theobroma grandiflorum) e de outras plantas do gênero Theobroma em qualquer fase de desenvolvimento. Causada pelo fungo Moniliophthora roreri, é facilmente disseminada pelo vento e por materiais contaminados como plantas, roupas, sementes e embalagens. A praga ocasiona perdas na produção que podem chegar a 100% da produção.
Produção de cacau – O cacau é uma das cadeias produtivas mais importantes do Estado, pelo seu aspecto social, ambiental e econômico. Segundo dados da Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas (Fapespa), em 2022 o incremento na economia do Estado foi de 1,9 bilhões de reais, gerando emprego e renda para cerca de 30 mil agricultores, a maioria da agricultura familiar. O maior produtor de cacau do Estado é o município de Medicilândia e a principal região produtora é a Transamazônica. O Pará produz 150 mil toneladas de cacau por ano.
Fonte:Agência Pará