A área plantada de algodão no Brasil deve sofrer uma redução de 12% em 2015, de acordo com a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa). No ano passado os agricultores tiveram problemas com o baixo preço da pluma.
Os produtores enfrentam desafios desde 2010, quando o valor do produto foi às alturas e as indústrias optaram por aumentar a concentração de fibra sintética nos tecidos para combater o preço elevado. Com isso, a demanda do mercado diminuiu e os estoques começaram a ficar estagnados.
– Não temos expectativas de grandes reações e grandes melhoras nestes preços, que devem ficar oscilando entre R$ 0,60 e R$ 0,70. Certamente estamos contando com a garantia do preço mínimo para próxima safra. Teremos que ver a possibilidades de reajustar o preço mínimo do algodão, que ficou dez anos sem reajuste. Nós estaremos presentes cobrando no novo governo para que o reajuste de preço venha pra realidade esse iguale aos curtos de produção – explica o presidente da Abrapa, João Carlos Rodrigues.
O produtor Carlos Alberto Moresco, de Goiás, reforça a declaração da Abrapa e confessa que teve prejuízos na lavoura em 2014 devido ao preço baixo da pluma.
– Ano passado fechamos negativo a nossa margem da cultura do algodão. Tivemos um incentivo do Prêmio Equalizador Pago ao Produtor Rural (Pepro), que nos ajudou a minimizar as perdas no setor. O nosso preço mínimo hoje é R$ 54,90 e o mercado estava operando a R$ 49, R$ 50. O incentivo para equalizar o preço mínimo ainda não atende os custos de produção – afirma o produtor.
O presidente do Instituto Brasileiro de Algodão (IBA), Haroldo Cunha, diz que o ataque do bicudo, um besouro que prejudica as lavouras, também foi motivo de dor de cabeça e aumentou os custos de produção.
– Isso tem feito com que a gente tenha que fazer cada vez mais pulverizações para segurar num nível que não cause dano. Além de custo de outros insumos, como fertilizantes, que também não foram baratos. Temos, hoje, a disponibilidade de sementes transgênicas que controlam as lagartas. Então, o custo da semente já ficou muito alto pela tecnologia, mas a gente não tem o benefício total, exatamente porque há outras pragas – salienta. Fonte: Canal Rural