As peças de cerâmica possuem a forma e os detalhes do fruto, e acredita-se que tenham mais de 5.300 anos. O que chama a atenção é que foram encontrados “resíduos” analisados por uma pesquisadora francesa, que confirmou serem de cacau.

“O cacau é uma planta amazônica. Mas não se tinha evidências de seu uso, de seu processo de domesticação na América do Sul. São evidências muito antigas que mudam a história, a origem do cacau, mas também as frutas que levaram a expandir esta planta maravilhosa”, explicou o arqueólogo peruano Ricardo Portocarrero Chirinos.

Chirinos está no Brasil e vai apresentar essa e outras descobertas, nesta terça-feira, 17 de dezembro, às 14h, no Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo.

O Peru é um dos principais produtores de cacau, exportando para diversos países, como Estados Unidos, Malásia e Singapura. Encontrar vestígios do fruto no território peruano representa um marco significativo.

“É maravilhoso poder ver que em plena selva andina amazônica encontra-se rastros precisos sobre uma cultura que existiu há milhares de anos e que teve períodos de expansão grandes em ambos os lados da fronteira”, disse o Cônsul-Geral do Peru em São Paulo, Luis Armando Monteagudo Pacheco.

O cacau peruano é considerado um dos melhores do mundo. Os fatores geográficos, climáticos e as técnicas tradicionais de cultivo contribuem para a produção de grãos de cacau de altíssima qualidade. Neste ano, o cacau peruano foi novamente reconhecido internacionalmente, ganhando três prêmios como o melhor chocolate do mundo.

“As qualidades do chocolate, como seu aroma e sabor, são realmente excepcionais e fazem com que ele seja, de fato, um produto de excelência”, disse o Cônsul-Geral do Peru em São Paulo, Luis Armando Monteagudo Pacheco.

Fonte: noticias.r7