No período da desmama, aos oito meses de idade, os bezerros criados na Bahia atingem atualmente cerca de 200 quilos, mas com capacidade de chegar aos 300 quilos e acarretar maior rentabilidade aos pecuaristas, por meio do investimento em genética, manejo e nutrição. A afirmação é do palestrante Rubens Catenacci que apresentou as perspectivas do mercado da proteína vermelha para cerca de 400 produtores rurais, durante o 2º Encontro do Agronegócio de Macarani (BA), neste sábado (14.03).
De acordo com Catenacci os recordes na arroba do bezerro baiano não devem contentar o empreendedor rural, que precisa estar constantemente em busca de inovação, elevando sua receita. “A genética deve estar no topo da pirâmide de prioridades de um criador, e com o perfil profissional do pecuarista baiano, a possibilidade de fazer com que os bezerros acrescentem 100 quilos ao peso na desmama é real”, destaca. “Unindo genética ao manejo ideal, o valor do bezerro pode subir até 30% ao preço praticado no mercado”, enfatiza Catenacci ao utilizar a Fazenda 3R em Mato Grosso do Sul como exemplo, onde prepara anualmente cerca de três mil bezerros para comercialização, com cotações acima da média.
O aumento de quase 50% no valor do bezerro no período de um ano, que passou dos R$ 881,14 para aproximadamente R$ 1.319,00 foi justificado aos produtores rurais da Bahia com a falta de animais para reposição, o aumento do consumo interno em 2014 e o crescimento das exportações. “As altas cotações do dólar causam simultaneamente a desvalorização da moeda brasileira, tornando o país mais competitivo e alavancando as exportações. Este cenário tem valorizado nossa proteína vermelha e quem investir só tem a ganhar”, afirmou Rubens Catenacci.
Para o secretário de agricultura e pecuária de Macarani, Selmo Miranda, o momento e a geografia da região são propícios para o desenvolvimento. “Junto com um momento de altas cotações, contamos com um conjunto perfeito para conseguirmos valorização: produtor rural empenhado, clima tropical para o plantel e solo nutritivo. O que falta mesmo para fechar o ciclo perfeito é o crescimento vertical, privilegiarmos a genética que nos fará oferecer carne de maior qualidade para o mercado interno e externo”.
Além do investimento no rebanho, o presidente do Sindicato Rural de Itapetinga (BA), Adriano Ancantara, enfatizou durante 2º Encontro do Agronegócio que o setor rural na Bahia precisa de movimentações além das econômicas. “O ramo carece de mobilização política para buscar maior rentabilidade e valorização da classe. Da porteira para fora o pecuarista tem fechado os olhos para o desenvolvimento. Precisamos de união e de representantes do setor para conseguirmos avançar não só em preços, mas também em visibilidade e reconhecimento profissional”, finalizou.
O Encontro do Agronegócio é organizado anualmente pelo sindicato rural e prefeitura de Maracani, contemplando palestras técnicas de representantes de empresas ligadas ao setor e da Embrapa. A programação do evento segue até a noite deste domingo (15.03) com leilões de lotes da Bahia e de Mato Grosso do Sul. Fonte: Agrolink
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Realmente, passar fome no Brasil pode até não ser possível. Agora, que algumas famílias passam por certas dificuldades para conseguir o alimento é fato.
E se o governo não tiver como solucionar, ainda assim é possível contar com o auxílio de pessoas p