Os produtores de Juazeiro apostaram no cultivo da banana para aumentar os lucros e não se decepcionaram. A produtividade foi uma grande surpresa: só em 2013 foram colhidas 50 toneladas da fruta por hectare, mas mesmo com esse sucesso eles chegaram à conclusão de que para competir no mercado nacional eles precisavam se unir e criaram uma associação.

Edgar Rosa da Rocha supervisiona com atenção a colheita da banana na propriedade de pouco mais de 6 hectares, que mantêm em sociedade com um amigo em Juazeiro, na Bahia. É da terra que ele tira o sustento da família há pelo menos 12 anos. "São bons os resultados, porque o custo não é muito alto. Você consegue uma boa produtividade, dá para pagar os custos e ainda sobra para trabalhar mais e sustentar a família. Eu acho ótimo", afirma.

O agricultor conta ainda que escolheu a banana por seu uma cultura que produz o ano inteiro. "Dá uma rentabilidade porque ao longo do ano ela vai produzindo de mês em mês. Você tem as despesas de mês em mês, então facilita o pagamento e tem uma boa produtividade". 

De acordo com o engenheiro agrônomo Júlio Milão dos Santos, só é possível manter a boa qualidade da banana por 12 meses graças a um trabalho de gerenciamento do processo produtivo. "O agrônomo planeja junto com a equipe técnica e o produtor o manejo da cultura, para que ela possa receber nutrição, irrigação, dentro das necessidades que a análise de solos recomenda, que o solo suporta de água e aí faz todo manejo, todo processamento, para que a gente dê no final um produto de qualidade".

Enquanto o Brasil detém o título de segundo maior produtor de banana do mundo, com 1,2 mi toneladas por ano, a fruta na variedade prata rio começou a ser cultivada na região ainda como uma aposta há apenas 4 anos. De lá pra cá, já alcançou números significativos com uma produtividade recorde de aproximadamente 50 toneladas por hectare em 2013 chegando, em alguns casos, a 70 toneladas. 

Os principais destinos dessa produção são alguns estados do Nordeste, com destaque para as capitais Aracaju e Salvador. A partir daí, quem produz banana se viu diante de um desafio: como vender toda essa produção em um mercado onde outras cinco regiões do país também são grandes produtoras? Foi daí que veio a ideia de juntar as forças. Donos de áreas de produção medindo entre um e três hectares, 15 produtores formaram um grupo de interesse. A ideia foi organizar o processo produtivo e a comercialização da banana. Com isso, eles se fortaleceram e conquistaram espaço e preços competitivos no mercado da fruta na região. Após cinco meses funcionando, o grupo de interesse trouxe novas perspectivas para os produtores. Fonte: Bahia Rural