Com um investimento de R$ 750 milhões, o projeto tem como objetivo beneficiar 100 mil famílias, em 77 municípios situados na Zona da Mata
A Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR) vem realizando ações para consolidar o desenvolvimento sustentável da cacauicultura na Bahia. Comemorado nesta terça-feira (26), o Dia do Cacau referencia às iniciativas de órgãos do setor como o Projeto de Desenvolvimento Sustentável da Mata Atlântica da Bahia – Projeto Parceiros da Mata, que inicia sua execução em 2024 e surge como uma iniciativa estratégica para promover uma transformação produtiva sustentável. Com um investimento de R$ 750 milhões, o projeto tem como objetivo beneficiar 100 mil famílias, em 77 municípios situados na Zona da Mata, incluindo territórios como Baixo Sul, Litoral Sul, Vale do Jiquiriçá e Médio Rio das Contas.
O diretor-presidente da CAR, Jeandro Ribeiro, destaca que 80% dos estabelecimentos que plantam cacau na Bahia são da agricultura familiar. “A gente vem intensificando investimentos e estamos construindo, junto com a Superintendência Baiana de Assistência Técnica e Extensão Rural (Bahiater), uma parceria para levar outros investimentos para a região do cacau, de forma mais estruturada agora, em especial com o novo projeto que é o Parceiros da Mata, que vai atuar em quatro territórios de identidade, que tem o cacau como protagonista, onde concentra 98% da produção de cacau na Bahia”.
O projeto visa promover a recuperação e preservação ambiental do Bioma Mata Atlântica, implantar e fortalecer sistemas produtivos mais resilientes e rentáveis, garantir a segurança alimentar das famílias vulneráveis e fortalecer o acesso ao mercado de produtos da agricultura familiar. Diante desse cenário, a Bahia se destaca não apenas como líder na produção de cacau, mas também como um exemplo de desenvolvimento sustentável e valorização das tradições locais. Com investimentos estratégicos e projetos inovadores, a região cacaueira se prepara para continuar avançando no crescimento social, ambiental e econômico, preservando suas raízes e promovendo melhorias para as comunidades rurais.
Novas ações
Segundo Jeandro, a CAR está criando o projeto Cacau e Chocolate da Bahia, que envolve todo o segmento do cacau nessa proposta. “Vamos trazer os projetos de captação internacional para dentro dessa iniciativa, em que o Parceiros da Mata vai financiar intervenções ligadas ao cacau e chocolate, assim como o Bahia que Produz Alimenta, além dos recursos do Estado, em parceria com os consórcios. Nosso foco é investir no aumento da qualidade da amêndoa do cacau, fornecendo mais tecnologias para pós-colheita, secagem e fermentação, além de garantir assistência técnica aos agricultores familiares”.
O diretor-presidente da CAR também destaca o empenho para facilitar o acesso ao crédito, com linhas específicas para o cacau cabruca. “Nosso objetivo é trabalhar com 20 mil agricultores familiares, aumentando sua produtividade média para 50 arrobas por hectare e promovendo um cacau de qualidade reconhecida internacionalmente, como demonstrado em premiações recentes”.
Do cacau ao chocolate
A CAR, por meio de investimentos para melhorias no cultivo, manejo da produção e acesso ao mercado, além de apoio para a agroindustrialização da produção e assistência técnica, abriu oportunidades no mercado, que hoje reconhece a qualidade dos produtos baianos, como os chocolates das marcas Bahia Cacau, da Cooperativa da Agricultura Familiar e Economia Solidária da Bacia do Rio Salgado e Adjacências, Natucoa, da Cooperativa de Serviços Sustentáveis da Bahia (Coopessba) e Terra Vista, da Cooperativa Agrícola de Pau Brasil.
Na Coopessba, por exemplo, a assistência técnica e os investimentos em equipamentos têm impulsionado a produção de chocolates veganos, enquanto na Bahia Cacau, os investimentos em equipamentos e assistência técnica têm contribuído para um aumento significativo na produção. Já a Cooperativa Agrícola de Pau Brasil, situada em Arataca, recebeu investimentos da CAR para a produção do chocolate Terra Vista, um produto orgânico produzido por jovens do Assentamento Terra Vista.
Fonte: Tribuna da Bahia