Apesar da grave seca e da crise hídrica enfrentada por importantes regiões produtoras, o Brasil deverá colher uma safra de 201,3 milhões de toneladas, segundo estimativa divulgada na quinta-feira (12) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A projeção é 4,4% superior a 2014, quando o país colheu uma safra de 192,8 milhões de toneladas de cereais, leguminosas e oleaginosas, um recorde histórico, conforme o órgão.
A nova previsão foi elaborada com base em visitas técnicas feitas ao campo em janeiro. A área colhida pelos agricultores em 2015 será de 57,2 milhões de hectares, um crescimento de 1,6% em relação ao ano passado (56,3 milhões de hectares).
A soja, o milho e o arroz, principais produtos agrícolas do país, respectivamente, corresponderão juntos 91,6% da safra brasileira e a 85,4% da área colhida.
O aumento da produção neste ano será impulsionada principalmente pela soja, cuja colheita deve crescer em 10,5%, atingindo o recorde de 95,4 milhões de toneladas e representará praticamente a metade (47,4%) de todos os grãos colhidos e a 54,7% da área plantada.
A produção de milho, no entanto, sofrerá queda de 2,9%, para 76,5 milhões de toneladas, como consequência dos baixos preços no mercado internacional, da seca na região sul do país e na redução de 0,3 da área destinada ao cereal.
Por outro lado, a safra de arroz crescerá 3,3%, para 12,6 milhões de toneladas, mesmo com uma redução de área de 1,3%.
De acordo com o IBGE, dos 26 produtos analisados, 12 terão aumento de produção em relação a 2014. Além da soja e do arroz, destacam-se a expansão das safras de mamona (141%) aveia (23,6%), cevada (23,1%), trigo (20,4%), mandioca (3,9%) e café arábico (0,8%).
Entre os 14 produtos que terão menor colheita neste ano estão o cacau (-16,7%), a cebola (-8,2%), o sorgo (-7,4%), o algodão (-7,3%), a cana-de-açúcar (-1,4%) e a laranja (-1,1%). Fonte: Exame