Os contratos futuros do cacau em Nova York ultrapassaram a marca de US$ 12.000 por tonelada nesta terça-feira (18), estabelecendo um novo recorde histórico. A valorização reflete o agravamento das preocupações com a oferta global, especialmente devido à queda na produção da Costa do Marfim, maior produtor mundial da commodity.

O contrato mais ativo teve alta de 3,4%, encerrando a sessão em US$ 12.163 por tonelada. Este movimento reforça a tendência de alta registrada ao longo do ano, com os preços praticamente triplicando em 2024. Em Londres, os preços acompanharam o movimento, subindo mais de 3%.

Déficit recorde impulsiona preços

A escassez de cacau na África Ocidental, que resultou no maior déficit da história do setor, tem pressionado o mercado global. Grandes players foram forçados a recorrer aos estoques, que já se encontram em níveis críticos.

De acordo com analistas, a produção na Costa do Marfim, responsável por mais de um terço da produção global, deverá atingir cerca de 1,9 milhão de toneladas na temporada 2024-25. O número representa uma queda significativa de quase 10% em relação às estimativas iniciais do governo, que variavam entre 2,1 e 2,2 milhões de toneladas.

Impactos no mercado e na liquidez

Além dos desafios climáticos que prejudicam a colheita, a baixa liquidez nas exchanges tem potencializado as oscilações de preços. Dados apontam que os contratos em aberto estão próximos do nível mais baixo em uma década, intensificando os movimentos no mercado.

A previsão de uma safra abaixo do esperado na Costa do Marfim agrava o cenário de escassez, dificultando os esforços para reconstruir os estoques globais. Isso gera impacto em toda a cadeia produtiva, desde agricultores até grandes fabricantes de chocolate, que já enfrentam custos crescentes.

Com um cenário de oferta restrita e demanda resiliente, especialistas apontam que os preços do cacau podem permanecer em patamares elevados no curto e médio prazo.

Fonte: mercadodocacau com informações bloomberg