Cacau dispara e atinge recorde histórico em meio a crise climática

Por: Claudemir Zafalon

O contrato de cacau para março registrou uma expressiva alta de 5,5% nesta segunda-feira, alcançando um novo recorde de US$ 11.925/tonelada na Bolsa de Nova Iorque. O preço superou o pico anterior de US$ 11.722/tonelada, atingido em abril deste ano, e reflete as crescentes incertezas em relação à oferta global.

Fatores de Pressão no Mercado

O cenário de alta é impulsionado por novas preocupações com a oferta e pelo impacto dos elevados custos que vêm afetando tanto os produtores quanto as indústrias chocolateiras e os consumidores finais. Além disso, a valorização do dólar frente às moedas locais tem exercido pressão adicional no mercado, reduzindo a rentabilidade dos agricultores.

Nesta terça-feira, no entanto, uma leve reversão de tendência, tradicionalmente associada ao movimento conhecido como “Terça-feira de Reversão de Tendência”, provocou uma correção e realização de lucros nas primeiras horas da manhã.

Problemas Climáticos na Costa do Marfim

A Costa do Marfim, maior produtor mundial de cacau, enfrenta desafios significativos que podem comprometer a safra entre outubro e março. Agricultores locais relataram à agência Reuters que a falta de chuvas adequadas e o calor intenso estão atrasando o desenvolvimento dos frutos, o que pode resultar em perdas na produção nos próximos meses.

O país está atualmente em sua estação seca, que se estende de novembro a março e é caracterizada pela escassez de chuvas. A situação é agravada pelos ventos secos Harmattan, que sopram do Saara e impactam o desenvolvimento das lavouras.

Nas principais regiões produtoras, como Divo (sul) e Abengourou (leste), agricultores já antecipam mudanças no foco da produção. A partir do final de dezembro, a atenção será redirecionada para a safra intermediária, enquanto as perdas na colheita principal de fevereiro e março começam a ser contabilizadas.

Temperaturas em Alta

As temperaturas médias registradas na Costa do Marfim na última semana variaram entre 27,9 e 28,9°C, valores que, somados à falta de precipitação, elevam o risco de uma safra comprometida.

Com o cenário climático adverso, as projeções de oferta restrita permanecem no radar, sustentando os preços elevados e acendendo o alerta para impactos a longo prazo na cadeia global de fornecimento de cacau.

Fonte: mercadodocacau

Curtiu esse post? Compartilhe com os amigos!

Facebook
Twitter
LinkedIn
WhatsApp
Telegram

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *