Cacau passa por ajuste em Nova York, enquanto açúcar e café sobem

Todos os contratos agrícolas sobem nesta manhã, em Nova York, com exceção do cacau, que passa por uma correção técnica, após subir 6,29% na última sessão. A cotação dos papéis de dezembro, os mais negociados, é agora de US$ 7.528 a tonelada, com queda de 2,5%.

Segundo Ricardo Gomes, gerente de desenvolvimento territorial do Instituto Arapyaú e especialista na amêndoa, há volatilidade nos preços globais devido à valorização do dólar, “que coloca pressão negativa sobre os produtos agrícolas, incluindo o cacau”.

Ao longo do ano, um cenário de doenças e envelhecimento das lavouras; baixo volume de investimentos em práticas, melhorias e renovação; baixo pagamento de prêmio pelo cacau em diversos governos e o clima adverso foram ‘pesando’ sobre as cotações globais, com picos de alta e de baixa nos últimos seis meses.

“Dados recentes da Costa do Marfim (o maior produtor mundial de cacau) indicam uma queda significativa na produção. As entradas no início de setembro totalizaram uma redução de 28% em relação à safra anterior. Essa diminuição na oferta pressiona ainda mais os preços globais do cacau, que já sofrem com a escassez de estoques em alguns dos principais mercados consumidores”, explicou Gomes à reportagem.

Ele acrescentou que, nos Estados Unidos, há rumores de que estoques certificados continuam em queda e isso reforça o “risco de um aperto ainda maior na oferta global, o que pode influenciar os preços nos próximos meses”.

A alta em Nova York respingou nos preços médios praticados no Brasil, que fecharam entre R$ 745 a R$ 800 a arroba (R$ 53/kg), “considerado um ótimo preço de venda”, classifica Gomes.

Outro fator importante é uma decisão pendente do governo de Gana, segundo maior produtor de cacau do mundo, em subir o preço pago aos produtores de cacau em quase 45% para a safra 2024/25. O objetivo é aumentar dos agricultores e combater o contrabando de grãos. Se isso acontecer, a disponibilidade do cacau para exportação também se altera.

Café

Na ponta positiva, os lotes de café com vencimento para dezembro sobem 0,99% em Nova York, a US$ 2,49 a libra-peso. A seca severa nas principais praças cafeeiras do Brasil têm gerado muita preocupação com a oferta do arábica.

Segundo o consultor e sócio da MM Cafés, Marcus Magalhães, o cenário climático ainda é o principal pano de fundo das negociações de café, ainda que haja dias de lateralidade do mercado, é a estiagem. “Brasil arde em chamas e isso vem deixando o agro muito estressado”, disse.

Açúcar

Os lotes para outubro do açúcar demerara, de maior liquidez no momento, têm alta de 1,55%, a 19,02 centavos de dólar por libra-peso. De acordo com a análise de Rich Asplund, do Barchart, a desvalorização do petróleo bruto “subcotaram” o etanol e podem levar as usinas de açúcar globais a desviar mais moagem de cana à produção de açúcar, aumentando a oferta da commodity.

A queda do petróleo se dá após uma revisão para baixo da Opep para a demanda do óleo de 2,11 milhões para 2,03 milhões de barris por dia neste ano.

Qualquer novo diagnóstico meteorológico também movimenta as negociações internacionais do demerara. Ontem, com previsão de chuva no Centro-Sul do Brasil nos próximos dez dias, há potencial benefício aos canaviais. Todavia, não se pode descartar o contexto das semanas passadas que refletiram no rumo que as negociações de açúcar tem tomado, de acordo com a Organização Internacional do Açúcar (ISO, em inglês).

Algodão

Os papéis do algodão com vencimento para dezembro sobem 0,25%, cotados a 69,75 centavos de dólar por libra-peso. O mercado da pluma aguarda o relatório de oferta e demanda do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), nesta quinta-feira (12/9).

Fonte: Globo Rural

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