Cacau Show espera vender 12 milhões de panetones, alta de 40% sobre 2023

Expectativa se baseia nas encomendas feitas pelos franqueados, pela demanda gerada nos aplicativos de entrega, aumento do raio de atuação do canal de venda direta e pela participação do e-commerce, que cresce 30% no Natal

Faltando menos de dois meses para o Natal, a Cacau Show apresentou seus lançamentos para a temporada de festas, na última terça-feira (12), em sua fábrica em Itapevi, no interior de São Paulo. Com expectativa de crescimento de 41,9% no período em relação a 2023, a empresa projeta vender 12,5 milhões de panetones até a última semana de dezembro. A campanha é a segunda maior da chocolateria e representa 18% para a marca, perdendo somente para a Páscoa.

O crescimento se baseia nas encomendas já feitas pelos franqueados, que têm quase cinco mil lojas físicas, pela demanda gerada pelos aplicativos de entrega, como iFood e Lalamove, pelo canal de venda direta, que tem conseguido estender o raio de atuação e mapear melhor o comportamento de consumo, e, especialmente, pela participação do e-commerce, que nessa época costuma ter alta de 30%, principalmente para itens mais caros.

Um dos exemplos dados por Lilian Rodrigues, diretora de marketing da Cacau Show, é o consórcio de panetones, modelo que começou a ser praticado de forma espontânea pelos revendedores. O cliente escolhe o valor que quer gastar e pode pagar via Pix a quantia que desejar por dia, semana ou mês. Normalmente, os revendedores já começam a campanha em julho, segundo a diretora, e no mês de dezembro o valor é somado e fica disponível para resgate em produtos específicos de Natal.

“É quase um banco, tudo na base da confiança. Há quem pegue até dez panetones, algo que nunca imaginamos. Essa proximidade da venda direta é muito valiosa para nós e amplia o nosso olhar”, disse Lilian.

Segundo a diretora de marketing, este ano a marca sofreu com a alta no preço do cacau, as questões climáticas e a oscilação no valor dos insumos, sendo que nesse cenário, a linha de biscoitos e panetones surge como uma alternativa.

“Sentimos esse impacto e não conseguimos repassar para os consumidores porque ficaria muito descolado daquilo que estão dispostos a gastar. E o panetone é um grande aliado no ato de presentear, por ter uma alta percepção de valor com um baixo desembolso”, disse.

As embalagens também foram reformuladas para ficar mais atraentes nos pontos de venda e mais vistosas como presentes embaixo da árvore de Natal. O foco das receitas foram os ingredientes virais das redes sociais, como o pistache e avelã. Além disso, personagens licenciados, como Snoopy e Harry Potter, foram resgatados. Para este ano, serão 2,8 mil toneladas de panetones e 11 lançamentos.

Para favorecer o bom desempenho na época, Lilian diz haver muita pesquisa para fazer a construção de preço e, por isso, novos formatos com valores mais acessíveis passaram a ser trabalhados, como a caixa de pedaços de panetones sortidos cobertos de chocolate ao leite de 200 gramas (R$ 49,90) e o mini panetone com recheio de brigadeiro, de 130 gramas (R$ 24,99). Pensando em chocolates, Lilian destaca que há opções a partir de R$ 9,99.

Já os panetones tradicionais, das linhas laCreme e LaNut, trufados e especiais, como o de limão siciliano (580g), com trufa de chocolate branco, creme de limão e limão siciliano cristalizado, e panettone Harry Potter (500g), com gotas de chocolate e recheio de doce de leite, podem custar entre R$ 60 e R$ 149,90. Assim como no último ano, a maior aposta da empresa é o panetone premium fondue pistache, que em 2023 esgotou em todas as lojas dez dias antes do Natal.

Com panetones nas lojas há 15 anos, o Natal da Cacau Show cresceu muito nos últimos cinco anos. Hoje, a venda já se equipara a de chocolates durante a temporada de festas – são 49% de panetones, segundo Lilian, que acredita que esse segmento pode superar os 51% de participação dos chocolates. Tanto que a linha recebeu novos investimentos, como parte do projeto de ampliação da capacidade total da fábrica de Linhares, no Espírito Santo, reinaugurada há poucas semanas, após um grande incêndio há um ano.

Dos 12,5 milhões de panetones, 2,5 milhões estão sendo produzidos internamente na sede capixaba, enquanto o restante ainda é feito em outro parceiro. A ideia é que no próximo ano a companhia incorpore toda a demanda na fábrica de Linhares, que recebeu investimento de mais de R$ 150 milhões em equipamentos e automatização para fabricar panetones.

Afirmando que o panetone veio para ficar na Cacau Show, Lilian reforça o cuidado e o trabalho feito para chegar até a massa madre, que fica guardada em uma sala especial e é alimentada durante todo o ano com farinha e água por pessoas específicas, que se dedicam exclusivamente a manter a integridade do ingrediente.

Esse processo, segundo a executiva, é o que ajuda a preservar a maciez, umidade e leveza dos panetones que já começam a ser fabricados meses antes e mantêm o mesmo sabor e textura até as festas de fim de ano, mesmo no estoque das lojas.

Em setembro, algumas lojas já começam a expor alguns produtos. Em outubro, o tema ganha certa relevância. A partir de novembro, as novidades começam a ser reveladas e a Choco Friday desempenha um papel estratégico até que, em dezembro, essa curva de vendas explode, conta a diretora. Para reforçar a conexão com o público no mês natalino, a marca prepara um comercial, que entrará no ar a partir de 1º de dezembro, mostrando um diálogo entre avô e neto sobre a tradição do panetone.

“Até agora, vendemos 5% do que programamos para a temporada”. Lilian explica que o abastecimento desses produtos também não é feito de uma só vez. Os lançamentos vão chegando aos poucos para dar a sensação de sempre ter algo novo na loja e chamar a atenção do consumidor com alguma novidade. Algo similar deve acontecer com os biscoitos em um futuro breve, segundo a diretora.

Há três anos, a categoria biscoitos entrou em um movimento importante dentro da companhia por combinar com chocolate e também sustentar o caráter presenteável. São biscoitos, wafers, bolachas com cobertura e, de acordo com Lilian, ainda há muito espaço para extensão da linha, que em momentos de alta do cacau ajuda a complementar o mix de produtos, tendo o cacau como pilar estratégico.

CONCORRÊNCIA

De acordo com a Associação Brasileira das Indústrias de Biscoitos, Massas Alimentícias, Pães e Bolos Industrializados (Abimapi), o setor espera um crescimento de 3% a 5% no volume de vendas de panetones em 2024 e de 5% a 8% no faturamento.

De novembro de 2023 a janeiro de 2024, as vendas de panetones registraram crescimento de 31,5% em faturamento, alcançando 37,6 milhões de lares brasileiros. O formato tradicional de panetone continuou sendo o preferido entre os consumidores, representando 43% das vendas totais da categoria, com destaque para os sabores clássicos de frutas cristalizadas e gotas de chocolate.

De acordo com o presidente-executivo da Abimapi, Claudio Zanão, o segmento de panetones têm uma contribuição significativa no faturamento geral da indústria de produtos natalinos e a cada ano a categoria ganha mais relevância dentro do setor, tanto em termos de faturamento quanto em geração de empregos temporários, especialmente no período de festas.

A Pandurata Alimentos, que controla as marcas Bauducco, Tommy e Visconti, tem mais de 50% do mercado de panetones no Brasil e lidera em número de lançamentos, com 15,8% das novidades. Na sequência estão Cacau Show (10%) e Nestlé (4,9%).

Fazendo um recorte apenas da Bauducco, líder no segmento natalino, serão fabricados cerca de 80 milhões de panetones para a temporada de Natal 2024. A empresa, que foi fundada em 1952, conta com seis unidades fabris e sete centros de distribuição no Brasil, que atendem a mais de 200 mil pontos de vendas no país. Os produtos são exportados para mais de 50 países. Em 2023, houve um crescimento de duplo dígito de vendas da Bauducco em lojas físicas e quase 40% de crescimento de pedidos no e-commerce.

Fonte: dcomercio

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