Os preços da commodity seguem batendo recorde na bolsa de Nova York diante de problemas na oferta
Com fundamentos sólidos em termos de oferta, os preços do cacau não param de subir na bolsa de Nova York e por mais uma sessão bateram recorde. O valor do contrato para maio atingiu o patamar inédito de US$ 8.939 a tonelada nesta sexta-feira (22/3), ou elevação de 4,44%.
“Além de todos os problemas relacionados com a oferta no Oeste de África, os relatos de que algumas esmagadoras estariam interrompendo as atividades, seja por falta de produto ou até mesmo pelo preço considerado impraticável, adicionando uma preocupação a mais para o mercado”, afirma Leonardo Rossetti, analista de inteligência de mercado da StoneX.
Rossetti segue o raciocínio de outros analistas e acredita na manutenção dos altos patamares para a commodity na bolsa. Ainda assim, ele vê como exagerada as perspectivas de altas mais robustas.
“Tem se comentado cada vez mais que o cacau pode bater os US$ 10 mil, mas em termos de fundamentos não se justificaria uma alta tão intensa. Se ela ocorrer é mais por um pânico do mercado de que pode faltar produto”, destaca.
Dentro desse contexto, o analista diz que há no horizonte dois fatores que podem amenizar a escalada nos preços do cacau.
“O mercado espera a entrada da safra intermediária da Costa do Marfim, que será disponibilizada no próximo mês. Ainda que represente um quarto da safra principal, ela pode trazer um pouco de alívio em termos de oferta”.
Dados recentes do Conselho de Cacau e Café da Costa do Marfim indicam que a colheita intermediária ficará entre 400 mil e 450 mil toneladas, abaixo das 550 mil toneladas da safra anterior.
Outra informação que pode “acalmar” os investidores do cacau são os dados de moagem do primeiro trimestre deste ano, que deverão ser divulgados em meados de abril, lembra Rossetti. Em meio a preços históricos, é esperado que a demanda mostre algum sinal de fraqueza, abrindo assim espaço para correções nos valores da amêndoa.
Café
Os preços do café recuaram na bolsa nova-iorquina. Os contratos para maio fecharam em queda de 0,46% nesta sexta-feira, cotados a US$ 1,8485 a libra-peso.
De acordo com Leonardo Rossetti, da StoneX, um dos pilares de baixa para as cotações são as perspectivas para a nova safra do Brasil, que nas projeções da consultoria devem atingir 67 milhões de sacas.
“De uma maneira geral, a produção de arábica no Brasil tem um panorama muito positivo, ao mesmo tempo em que a demanda ainda está cercada de incertezas”, observa o analista.
Açúcar
Nos negócios do açúcar na bolsa de Nova York, os lotes com entrega para maio recuaram 0,83%, com o preço de 21,60 centavos de dólar por libra-peso.
Algodão
Os contratos do algodão com entrega para maio fecharam em queda de 0,74%, para 91,53 centavos de dólar por libra-peso.
Suco de laranja
Assim como na última sessão, o suco de laranja concentrado e congelado (FCOJ, na sigla em inglês) fechou em forte alta. Os lotes para maio avançaram 2,59%, com o preço de US$ 3,6770 a libra-peso.
Fonte: Globo Rural