Os órgãos reguladores das vendas de cacau da Costa do Marfim (Le Conseil du Cafe-Cacao) e de Gana (Ghana Cocoa Board) acordaram o pagamento de um preço mínimo de US$ 2.600 por tonelada com compradores da amêndoa ontem em Acra, capital de Gana, segundo informação da agência Reuters.
Juntos, os dois países do oeste da África respondem por 65% da produção mundial de cacau.
Em coletiva de imprensa, Joseph Aidoo, diretor executivo da Ghana Cocoa Board, disse à Reuters que a criação da política de preços mínimos se deu em um encontro histórico, que reuniu fornecedores e compradores de cacau. A medida tem apoio dos governos locais, que entendem que o preço mínimo pode ajudar a reduzir distorções entre o que é pago aos pr
Ao Valor, o analista Thomas Hartmann, da TH Consultoria, sediada em Salvador, disse que uma nova rodada de conversas entre os dois maiores produtores mundiais de cacau e os compradores da amêndoa deve acontecer na próxima semana na Costa do Marfim. “Eu não creio que os compradores concordarão realmente com o esquema, embora talvez possam apoiar formalmente a iniciativa por razões políticas’, disse ele.
Por enquanto, afirmou, o que se pretende é fixar um preço mínimo de US$ 2.600 por tonelada de cacau e manter os prêmios usuais para a amêndoa de Gana e da Costa do Marfim. Em relação aos valores praticados na bolsa de Nova York, esses prêmios estão em US$ 400 por tonelada e US$ 280 por tonelada, respectivamente.
Segundo o analista, enquanto a relação entre oferta e demanda mundial estiver deficitária ou próxima de um equilíbrio, como no cenário atual, “o esquema poderá funcionar eventualmente” – o que ele duvida ser possível em situações fortemente superavitárias.
Conforme a Organização Internacional do Cacau (ICCO, na sigla em inglês), na safra 2018/19 a produção global deverá somar 4,83 milhões de toneladas e um superávit estimado em 36 mil toneladas. fonte: valor