Cacau volta a se valorizar enquanto Hershey reduz previsões devido à queda na demanda

Por: Claudemir Zafalon
O mercado de cacau recuperou-se nesta semana, revertendo as baixas recentes e fechando em alta técnica na última quarta-feira. O movimento positivo atraiu mais interesse de compras, impulsionado por investidores que observam com atenção a evolução das negociações diante das perspectivas econômicas globais e o impacto direto no setor de confeitaria.

A valorização do cacau ocorre em um cenário de desafios para grandes empresas do setor, como a Hershey (HSY.N), que anunciou na última quinta-feira a redução de suas previsões anuais de vendas e lucros. A empresa observou uma queda de cerca de 2,5% em suas ações na bolsa de Nova York no terceiro trimestre. Esse desempenho está ligado a uma desaceleração na demanda por chocolates e salgadinhos, resultado direto dos aumentos de preços que a companhia vem implementando para compensar o encarecimento das matérias-primas, especialmente o cacau.

Para mitigar os efeitos do aumento de custos e manter as margens de lucro, os fabricantes de chocolate, incluindo a Hershey, foram obrigados a repassar esses custos ao consumidor final. Porém, o aumento contínuo de preços encontrou resistência dos consumidores, que têm optado por alternativas mais acessíveis, impactando as vendas de produtos tradicionais à base de chocolate.

Além disso, as mudanças nas preferências dos consumidores, especialmente entre as gerações mais jovens, representam um desafio. As novas tendências de consumo incluem uma demanda crescente por confeitos sem chocolate, o que tem pressionado ainda mais as empresas que dependem dos produtos tradicionais para garantir suas receitas.

Para enfrentar esses desafios, a Hershey traçou um plano estratégico que visa gerar cerca de US$ 300 milhões em economias até 2026. Esse valor deverá ser obtido por meio de cortes de custos e novos aumentos de preços, com o objetivo de contrabalançar o impacto dos altos preços do cacau e, ao mesmo tempo, sustentar o crescimento das margens de lucro.

A Hershey não está sozinha. A Kraft Heinz, outra gigante do setor de alimentos embalados, também revisou para baixo suas previsões de lucro e vendas anuais, após registrar queda nos lucros do terceiro trimestre. Assim como no caso da Hershey, a Kraft Heinz enfrenta dificuldades decorrentes da mudança de comportamento dos consumidores, que têm optado por produtos de marcas próprias e mais acessíveis.

Esses ajustes e movimentos no mercado evidenciam como a volatilidade dos preços das matérias-primas e a adaptação às novas demandas do consumidor são hoje fatores centrais para o planejamento estratégico das empresas de alimentos e confeitos.

Fonte: mercadodocacau

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