A mecanização na produção de cacau no Brasil vem ganhando destaque nos últimos anos, contribuindo para o aumento da produtividade cacaueira no país. Além de aumentar a eficiência na produção e diminuir custos, a mecanização é, para os cacauicultores, um chamariz para trazer os jovens de volta ao campo. “Ela atrai os jovens para a fazenda, faz com que eles tenham orgulho do que fazem”, afirmou o cacauicultor Roberto Lessa durante o primeiro dia do Partnership Meeting 2025, organizado pela WCF (World Cocoa Foundation) para promover a sustentabilidade no setor.
Referência em inovação na cacauicultura brasileira, o engenheiro agrônomo e proprietário da fazenda Vila Opa, em Taperoá (BA), foi um dos atores brasileiros de destaque nas apresentações que reuniram produtores, empresas, governos, cientistas e sociedade civil de vários países no Tivoli Mofarrej, em São Paulo, na última semana.
A mecanização na cacauicultura não só aumenta a produtividade e diminui custos: ela é uma das respostas para a falta de mão de obra, um dos grandes desafios do setor no Brasil. Segundo Silvino Kruschevsky, engenheiro agrônomo que participou da mesma apresentação de Lessa (“Como a mecanização pode levar lucro e atrair uma nova geração de produtores”), a colheita e a poda são responsáveis por 80% da mão de obra nas fazendas de cacau. E a mecanização pode ser um chamariz para as novas gerações. “Há interesse dos jovens, por exemplo, em manejar drones”, disse ele.
Consultor na área de cacau em fazendas pelo país, Kruschevsky lembra também que, para atrair novos investimentos na cacauicultura, uma fazenda tem que ter tecnologia embarcada e alta produtividade. “A mecanização pode aumentar a produção de cacau em até dez vezes”, explicou.
Segundo Lessa, há máquinas que trabalham 32 vezes mais rápido do que o trabalho manual. Há drones para pulverização, colhedoras automáticas e secadores rotativos (responsáveis pela secagem uniforme das amêndoas de cacau), entre outros equipamentos. “Cadeia mecanizada cria um novo valor”, reforçou Ferdi Van Heerden, CEO da Cooko, empresa de tecnologia agrícola sediada em Berlim, na Alemanha.
Em cacau plantado em sistemas agroflorestais, a mecanização também é possível, segundo Lessa e Kruschevsky, com a escolha de variedades de árvores adequadas e planejamento das entrelinhas. “O sistema florestal é desenhado para a mecanização”, disse Lessa. “A mecanização não é só o aumento da rentabilidade e a diminuição dos custos; ela é importante para viabilizar o cacau”, emendou Kruschevsky.
Fonte: cafepoint
1 Comment
Estamos apostando até na bet pra atrair jovens mmk