Cacauicultores do Sul da Bahia reclamam dos resultados da safra temporã

Mesmo com uma safra temporã maior do que a safra principal e os preços altos, os cacauicultores do Sul da Bahia reclamam dos resultados. Duas pragas, a podridão parda e a vassoura-de-bruxa, prejudicaram a safra que poderia ser bem melhor. Os custos de produção também puxaram os lucros para baixo.

A colheita da safra temporã deve chegar a 78 mil toneladas, de acordo com a Ceplac. Isso é mais do que a previsão da safra principal, normalmente maior. "Na zona Norte nós tivemos uma temporã muito boa, uma das melhoras. Mas na zona Central e Sul tivemos tanto uma safra principal baixa como também uma temporã baixa. Nesse período de março, abril e início de junho, as condições estão desfavoráveis às plantas então ela deu prioridade à frutificação temporã", afirma Lindolfo Pereira Filho, técnico da Ceplac.

Uma fazenda que fica em Itacaré, no sul da Bahia, tem 40 hectares plantados com o cacau. Foram colhidas na safra temporã 600 arrobas de cacau e na principal a previsão é que sejam apenas 180 arrobas. A safra temporã de 2014 só não foi melhor porque o clima favoreceu a proliferação de duas doenças: a podridão parda e a vassoura-de-bruxa, causadas por fungos. José Carlos Maltez, o dono da fazenda, estima que perdeu aproximadamente 20% da safra temporã, pois não dá para aproveitar as amêndoas dos frutos doentes, e mesmo assim conseguiu produzir mais. "Nessa propriedade, por exemplo, nós conseguimos um equilíbrio de receita e despesa, mas não conseguimos passar do ponto de equilíbrio para gerar resultados financeiros", conta.

 

A arroba de cacau foi mais valorizada em 2014, sendo vendida a R$ 106. No ano anterior valia R$ 80. O preço anima, embora os custos de produção tenham subido por conta das doenças. E já tem gente fazendo planos para agregar ainda mais valor à produção. É o caso de Maltez, que quer produzir cacau fino para fabricar o próprio chocolate gourmet. "A gente já está no ponto de produzir industrialmente e comercialmente partidas maiores a partir de 200kg. Já temos marca na prateleira em Salvador, São Paulo, mas produzimos muito pouco ainda, apenas para sustentar as poucas prateleiras que nós conquistamos e não perder o mercado", finaliza. Fonte: Bahia Rural

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