Cadeia cacaueira começa a desenhar a implementação do Plano Inova Cacau 2030

Mais de 70 representantes do setor cacaueiro compareceram na reunião técnica realizada ontem em Brasília, para a estruturação do Plano Tático-Operacional, segunda fase do Inova Cacau 2030, um plano setorial estratégico com o objetivo de unir esforços da cadeia cacaueira para acelerar o desenvolvimento do setor produtivo e consolidar o Brasil como origem de cacau sustentável para o mundo, com foco na conservação produtiva, garantindo as condições de vida e trabalho em toda a cadeia.

Fruto de um trabalho participativo, que reúne representantes de todos os elos da cadeia, sob a liderança do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) via Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac) e CocoaAction Brasil, iniciativa da Fundação Mundial do Cacau (WCF), o Plano Inova Cacau 2030 tem quatro eixos – 1) Econômico-Produtivo; 2) Social; 3) Ambiental e 4) Governança – e duas fases de implementação: 1) Plano Estratégico (lançado em 2023) e Plano Tático-Operacional, foco atual.

Ontem, a reunião técnica foi aberta por Pedro Ronca, diretor do CocoaAction Brasil; Lucimara Chiari, diretora da Ceplac; Maria Olatz, diretora de projetos da GIZ Brasil; e Renata Miranda, Secretária de Inovação, Desenvolvimento Rural e Irrigação (SDI) do MAPA, que explicaram o processo participativo de elaboração do Plano Inova Cacau 2030, resultado de quase dois anos de encontros e workshops com esferas públicas, privadas e terceiro setor. Ao longo do dia, os participantes foram divididos em grupos
temáticos, baseados nos principais eixos do Plano, para a discussão e proposição de atividades para o cumprimento das metas.

“Esta foi a primeira oficina de estruturação do Plano Tático-Operacional do Plano Inova Cacau 2030. Estão previstos outros encontros nos próximos meses para traçar as atividades necessárias para atingir as metas do plano, que busca, entre outras, levar assistência técnica para 30.000 produtores, ampliar o acesso a crédito para 250 milhões de reais por ano, e contribuir para aumentar a produtividade do produtor e melhorar significativamente a sua rentabilidade”, diz Pedro Ronca, diretor do CocoaAction Brasil.

A reunião contou com a participação dos principais estados produtores com destaque para Bahia e Pará, que enviaram diversos representantes, incluindo Giovanni Queiroz, Secretário Paraense de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca e Lanns Almeida, diretor da Bahiater. O encontro também teve a presença de representantes do Acre, Mato Grosso e São Paulo. Alguns estados, como Rondônia e Espírito Santo, já estão elaborando planos estratégicos estaduais de desenvolvimento sustentável da produção de
cacau alinhados com o Plano Inova Cacau 2030, de âmbito nacional. Outro destaque foi a participação de representes das Agências Estaduais de Defesa Agropecuária devido à urgência do combate e proteção contra a Monilíase.

Para Lucimara Chiari, diretora da CEPLAC, o evento foi importante para consolidar a participação de diversos elos da cadeia no processo, pois o Plano Inova Cacau 2030 tem a meta de fazer o Brasil voltar a produzir 400 mil toneladas de cacau até 2030 e, com isso, ser novamente um exportador. Já Maria Olatz, diretora de projetos da GIZ Brasil, ressaltou a importância de o Brasil ter um plano estratégico nacional, com visão de longo prazo, alicerçado nos princípios de sustentabilidade, incluindo preservação ambiental e garantia de trabalho decente, o que está alinhado com os projetos da GIZ no país.

Saiba mais
O CocoaAction é uma iniciativa pré-competitiva, com atuação no Brasil em 2018, que trabalha unindo os diferentes atores da cadeia cacaueira, dos setores público, privado e sociedade civil, para implementar ações coletivas que fomentam o desenvolvimento sustentável. O CocoaAction Brasil tem oito membros financiadores – Barry Callebaut, Cargill, Dengo, Harald, Mars, Mondelez, Nestlé, Ofi – e dezenas de parceiros que colaboram para que a iniciativa execute suas ações & projetos. A iniciativa é coordenada pela P&A, em parceria com a Fundação Mundial do Cacau (WCF).

Fonte: CocoaAction

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7 Comments

  1. Sergio Luz disse:

    Do meu ponto de vista, o principal elo da cadeia produtiva do cacau é o PRODUTOR. Quem representava o PRODUTOR nesta reunião, aparentemente com tema e proposta tão relevante?

    • Jesse Rovira disse:

      A ANPC, a própria CEPLAC, as Federações de Agricultura que estavam presentes e Secretários de Agricultura. Eu participei do evento, e garanto que o que mais vi foi a preocupação com os Produtores Rurais, em todos os aspectos da reunião. As reuniões foram extremamente produtivas e tinham a Produção de Cacau como ponto central.

  2. Jose Carlos Torres disse:

    Quero ver atingirmos essa produção sem se preocupar com a Monislise ( no Acre , Amazonas , ……..) Mosaico ( Sul da Bahia) Vasoura de Bruxa ( em todo Brasil e 32 anos depois da introdução criminosa , não temos um fungicida eficaz ) tomamos conhecimento de outras doenças ( fungos , vírus ) rebentos inchados , na África ( Costa do Marfim e Gana ) e a indrustria ainda importa esse cacau , isso é crime . Sem falar que a Bahia era o maior produtor de Cacau do Brasil , preservando a mata Atlântica ( Cabruca ) e depois da introdução criminosa da Vasoura de Bruxa , tivemos , sem outra opção tomar financiamentos e seguir um plano equivocado e sem eficiência elaborados pela então maior centro de pesquisa do mundo em Cacau . CEPLAC

  3. Antônio Passos De Araujo Junior disse:

    Excelente Retomada cultura do cacau , visando Meta 400.000 Ton /2030;
    Tenho propriedade rural , região baixo sul , Bahia, propícia novo plantio;
    Quero obter financiamento. p implantar 10hectares. Onde obter, em que condições?

  4. José Antonio Monteiro dos Santos disse:

    Muito oportuno a implementação de um Programa de retomada da lavoura cacaueira, com inovação tecnológica e um olhar para a geração de empregos e renda, para as famílias rurais; respeitando e conservando o meio ambiente, onde a Econômica e ecologia, caminhem de mãos dadas.

  5. José Antonio Monteiro dos Santos disse:

    ” Plantar e Cultivar Cacau , não são apenas atividades agrícolas, mais sim partes de um processo amplo, voltado para o desenvolvimento social e econômico, das comunidades rurais.”

  6. Gilberto Oliveira da Silva disse:

    O cacau é uma das culturas que nós produtores de uma cooperativa aqui no Acre, estamos começando a implantar. Mas estamos passando pô vários obstáculos porque não temos ajuda nem do poder público e nem do setor privado. Se tiver uma parceria conceteza daria certo.

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