O governo da Costa do Marfim chegou a um acordo com soldados rebeldes que haviam saído às ruas das maiores cidades da nação da África Ocidental para exigir maiores salários, disse o Ministério da Defesa.

     Moradores de Bouake, o epicentro do motim é a segunda maior cidade da Costa do Marfim, disseram terça-feira que os soldados haviam saído das ruas e desobstruído bloqueios para permitir a movimentação de veículos. Tiroteios que ocorreram desde a última sexta-feira em várias cidades cessaram-se hoje.

     Em comunicado divulgado na televisão, o ministro da Defesa, Alain-Richard Donwahi, confirmou um acordo com os soldados para encerrar uma crise que deixou uma pessoa morta, muitos feridos e empresas fechadas em várias partes do país.

     Donwahi exortou todos os soldados a “libertar as estradas, a voltar para os seus quartéis e a manter a paz, pedimos ao povo que fique calmo e garantamos que tudo está a ser feito para um rápido regresso à normalidade”.

     O breve comunicado divulgado na segunda-feira não contêm detalhes do acordo.

     Os soldados fazem parte de um grupo que lançou um motim em janeiro buscando melhorar sua compensação e condições de vida. Quando um grupo deles pediu desculpas ao presidente Alassane Ouattara e ao chefe do exército na televisão nacional na semana passada, soldados insatisfeitos tomaram as ruas.

Eles exigiram o restante dos bônus prometidos a eles em janeiro, mas ainda não totalmente pagos.

     Uma pessoa foi morta no domingo, quando os soldados amotinados usaram armas para dispersar os moradores que protestavam contra sua violência em Bouake.

     Os soldados são ex-rebeldes que ajudaram a colocar Ouattara no poder depois que seu antecessor se recusou a deixar o cargo depois de perder as eleições de 2010. Os cerca de 8.400 soldados foram integrados ao exército de mais de 20.000 soldados da Costa do Marfim.