Ansiedade é um transtorno da vida moderna e os brasileiros são os que mais sofrem com ele. De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), 18,6 milhões de pessoas no Brasil viviam com o transtorno em 2015, o que coloca o país como 1º nesse tipo de diagnóstico.
Apesar de não ser a causadora do transtorno, a alimentação inadequada pode agravar o problema. Diversos estudos mostram que há uma relação profunda entre a ansiedade e a nossa alimentação e estilo de vida.
“Alguns alimentos podem, sim, atuar no organismo aumentando o estresse e ansiedade”, diz o médico Patrick Rocha, presidente do Instituto Nacional de Estudos da Obesidade e Doenças Crônicas.
“Dependendo da alimentação há uma maior oxidação de células, o que consequentemente intensifica a ansiedade, aumenta a sensação de fome em certos casos, promove a compulsão alimentar e acaba gerando mais frustrações e compensações. Funciona como um círculo vicioso”, explica o especialista ao HuffPost Brasil.
O açúcar e o trigo, presentes nos doces, barrinha de cereal, pães e massas, por exemplo, são ingredientes que devem ser consumidos com moderação.
“Quando comemos alimentos com excesso de carboidratos e açúcares, engordamos e podemos desenvolver diversas doenças relacionadas à obesidade, como diabetes tipo 2”, diz Patrick. “Além disso, eles geram uma fome terrível. Eles ativam centros de prazer no cérebro, porém esse prazer é rápido, e gera mais ansiedade em comer e ter o prazer novamente. Eles geram uma fome persistente, que leva ao ciclo de ansiedade”, explica.
Se o trigo e o açúcar são como gatilho, não se desespere; há uma luz no fim do túnel. Existem alguns alimentos e nutrientes que ajudam aliviar os sintomas da ansiedade.
O médico Patrick Rocha, que é autor do livro Diabetes Controlada: o programa para controlar a diabetes e voltar a viver bem (2017), publicado pela Editora Gente, listou alimentos que têm componentes poderosos para aliviar a ansiedade e o estresse, devidamente comprovados por diversos estudos. Entre eles, o chocolate amargo.
“O chocolate preto, aquele com ao menos 70% de cacau em sua composição, é um ótimo alimento para reduzir a ansiedade”, afirma Rocha. De fato, estudos mostram que consumir chocolate pode diminuir o estresse.
O chocolate amargo (70% a 85% cacau) aumenta os níveis de serotonina, hormônio ligado ao prazer e bem-estar. Com níveis altos de serotonina, a pessoa tende a ficar mais calma, relaxada.
Além disso, o chocolate preto atua na diminuição dos radicais livres por meio dos antioxidantes que possui. “O chocolate amargo é rico em flavonóides, tipo de antioxidante presente no cacau. Então ele atua no nosso corpo em duas vias: aumenta os níveis de serotonina e diminui os radicais livres”, resume Rocha.
Quantidade: o ideal é comer todos os dias uma porção de 40 gramas, mas tem que ser chocolate de, no mínimo, 70% cacau. Abaixo disso, ressalta o médico, o chocolate terá açúcar e gordura hidrogenada e, por isso, causará um efeito inverso. “A pessoa cairá no ciclo que disse: mais açúcar no sangue, pico de glicose e mais vontade de comer e ansiedade.”
Fonte: HuffPost Brasil.