O Conselho de Cacau de Gana (COCOBOD) deu um passo significativo para revitalizar a produção de cacau no país, investindo quase um bilhão de cedis no ano passado na reabilitação de fazendas envelhecidas e devastadas pela doença do vírus do broto inchado (CSSVD). Este esforço faz parte de uma estratégia mais ampla para aumentar a produção de cacau e assegurar o futuro econômico dos agricultores em Gana, numa tentativa de contrabalançar os recentes desafios que afetaram o setor.
O Desafio da Produção: CSSVD e a Queda nos Números
A doença do vírus do broto inchado tem sido uma preocupação persistente para os produtores de cacau em Gana. Esta doença, que não tem cura, tem um impacto devastador nas plantações, reduzindo drasticamente a produção antes de matar os cacaueiros. De acordo com dados do setor, uma parte significativa das terras cultivadas de cacau no país foi afetada pela doença, contribuindo para a queda na produção observada nos últimos anos.
Diante deste cenário preocupante, o CEO do COCOBOD, Joseph Boahen Aidoo, destacou a importância da reabilitação das fazendas. “Se não fosse por um esforço tão drástico e visionário, a área de terra produtiva de cacau do país diminuiria, levando a rendimentos reduzidos com todos os benefícios derivados do cacau”, afirmou Aidoo.
Investimento Estratégico: Uma Resposta Necessária
Em resposta às dificuldades enfrentadas pelo setor, o COCOBOD investiu GH¢ 943 milhões na reabilitação das fazendas afetadas. Este montante, parte dos GH¢ 3,4 bilhões reportados como despesas administrativas, foi financiado por um empréstimo garantido pelo Banco Africano de Desenvolvimento (BAD). Aidoo esclareceu que este investimento estratégico foi fundamental para sustentar os meios de subsistência dos agricultores e garantir a viabilidade futura da produção de cacau no país.
O vice-CEO encarregado de Finanças e Administração, Ray Ankrah, reforçou que as alegações de que os GH¢ 3,4 bilhões foram gastos na sede do COCOBOD são enganosas. Ele explicou que o relatório financeiro auditado do conselho detalha claramente a alocação dos recursos, que incluíram não apenas despesas administrativas, mas também investimentos diretos em programas de aumento de produtividade.
Esperança no Horizonte: Temporada 2024/25 e Além
Com a reabilitação em andamento, Aidoo expressou confiança de que Gana poderia produzir mais de 800.000 toneladas métricas de cacau na temporada 2024/25, que se inicia em setembro. Parte desse otimismo se deve ao retorno de algumas fazendas reabilitadas à produção, o que deverá contribuir para o aumento dos números nacionais.
Para apoiar essa previsão, o COCOBOD tem se comprometido a fornecer insumos agrícolas adequados e oportunos aos agricultores, além de continuar a investir em esquemas de polinização, poda e irrigação manual. Esses esforços não apenas aumentam a produtividade, mas também tornam o cultivo de cacau mais atraente para os jovens, incentivando novas gerações a se envolverem na agricultura.
Reviravolta Financeira: Um Sinal de Resiliência
Além dos desafios agronômicos, o COCOBOD também enfrentou dificuldades financeiras, exacerbadas pelos efeitos da pandemia de COVID-19. No entanto, o retorno à lucratividade em 2023, com um lucro de GH¢ 2,3 bilhões, comparado a uma perda de GH¢ 4,2 bilhões em 2022, é um sinal claro da resiliência e compromisso do conselho em revitalizar o setor.
Ray Ankrah enfatizou que essa reviravolta não é apenas um feito isolado, mas parte de uma estratégia contínua para fortalecer a capacidade do COCOBOD de apoiar os agricultores e o setor como um todo.
O COCOBOD está determinado a garantir um futuro promissor para o setor de cacau em Gana. Através de investimentos estratégicos, reabilitação de fazendas e apoio constante aos agricultores, a organização está pavimentando o caminho para uma produção sustentável e lucrativa, que beneficiará não apenas os produtores, mas toda a economia do país. A temporada 2024/25 promete ser um marco na recuperação do setor, com um impacto duradouro para os próximos anos.
Fonte: mercadodocacau
*com informações myjoyonline
2 Comments
Pelo visto só conversa fiada de políticos que exploram o seu povo. Se a doença não tem cura (vírus) Broto inchado de que adianta investir depois que se espalhou?
O melhor investimento seria esse conselho ter remunerado melhor seus agricultores, porém o que se viu durante décadas foi exploração sem limites com pagamento de miséria pelo cacau. Onde só se explora sem remunerar e dar condições uma hora se esgota a capacidade.
O que veremos no futuro serão altos preços pelo cacau por exaustão e esgotamento dos produtores no mundo inteiro.
Um fato é certo, o cacau tem representado apenas menos de 5% do preço do chocolate, isso não bastou para manter os produtores na atividade com o cuidado necessário para renovar e fazer as lavouras produzirem.
Os financiamentos bancários no período.passado foram cortados emcerca de 40 %.
Atualmente com a perda de 600.000ha perdidos , insistem em NARRATIVAS positivas para buscarem mais financiamentos.
E um problema ! mas me interessa mais dão notícias da NOSSA lavoura de cacau… somos impotentes em relação a África e possa ser q tb aqui igualmente com.bauxa produção com doenças fungicas , falta de financiamentos e de assistência técnica..
VAMOS NOS CONHECER MELHOR !