A safra principal de cacau na Costa do Marfim, que vai de outubro a março, vem apresentando sinais positivos graças às chuvas leves registradas nas últimas semanas, apesar do frio persistente em grande parte das regiões produtoras do país. Produtores locais afirmam que as condições climáticas têm favorecido o desenvolvimento das vagens, que aparecem grandes e quase maduras, indicando boas perspectivas para a colheita que se intensifica a partir de setembro.
O país, maior produtor mundial de cacau, atravessa sua estação chuvosa, que oficialmente se estende de abril a meados de novembro. De acordo com agricultores, a umidade do solo está adequada, permitindo o fortalecimento das plantações. A temperatura média semanal variou entre 23,9°C e 26,6°C, dentro de uma faixa considerada favorável ao desenvolvimento da lavoura.
Embora as precipitações tenham ficado abaixo da média histórica em diversas regiões, o balanço tem sido positivo. Em Soubre, por exemplo, foram registrados apenas 0,1 mm de chuva na última semana, 13,2 mm abaixo da média de cinco anos. Em Daloa, choveu 3,3 mm, volume 19,5 mm inferior ao esperado. Ainda assim, agricultores relatam que a umidade acumulada está sustentando o crescimento das vagens.
Nas regiões produtoras do sul, como Divo, Agboville e Abengourou, a safra vem amadurecendo bem, mesmo com chuvas abaixo da média. Produtores afirmam que as árvores estão carregadas e que as colheitas abundantes devem começar em outubro.
No centro-oeste e nas áreas centrais, como Bongouanou e Yamoussoukro, os agricultores também demonstram otimismo. A expectativa é que um aumento na incidência de sol, combinado com chuvas regulares em setembro, melhore ainda mais as condições de cultivo.
A colheita já começou de forma tímida em algumas plantações, mas a oferta deve ganhar força a partir de setembro, quando se espera maior volume de produção chegando aos portos.
“Tudo está bem por enquanto. Precisamos de bastante sol, mas se chover muito em setembro, teremos perdas”, alertou Ernest Alleba, produtor da região de Soubre. Já em Daloa, o agricultor Ghislain Aka reforçou a necessidade de equilíbrio climático: “Se o sol aparecer bem, as árvores produzirão bem e as vagens se formarão com qualidade”.
Fonte: mercadodocacau com informações reuters