Por José Luiz Tejon Megido, Conselheiro Fiscal do Conselho Científico para Agricultura Sustentável (CCAS), Dirige o Núcleo de Agronegócio da ESPM, Comentarista da Rádio Jovem Pan.
O Brasil é o maior produtor mundial de café e nesta safra vamos produzir mais ou menos café? Produziremos menos café. No ano passado geramos 45 milhões de sacas de café de 60 kg, e nessa próxima safra a previsão aponta para 43,7 milhões de sacas. O motivo? Clima reduzindo a produtividade em Minas Gerais.
E como foi o mercado do café, mês passado, em Nova Iorque? Terminou recuperando perdas nos preços. Fortes chuvas no Brasil e pressão da alta do dólar atuam no jogo das bolsas e das decisões dos compradores.
Mas o que compradores precisam considerar é a instabilidade política brasileira, a dificuldade ampliada para os produtores obterem crédito nos
bancos e isso deverá gerar diminuição no uso da tecnologia. Um exemplo está no Cerrado mineiro onde praticamente 90% da colheita já foi realizada e ainda metade dos produtores não fecharam suas compras de insumos.
Portanto, clientes brasileiros, a instabilidade política, a insegurança, o aumento da burocracia nos contratos de crédito e a provável diminuição da produtividade deverá atuar como aumento dos preços do café, lá na frente, na próxima safra.
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