Novas altas históricas no preço do cacau ($7.489/ton).

A subida desenfreada dos preços descarrilou um mecanismo há muito estabelecido para o comércio global de cacau, que em tempos normais foi fortemente regulamentado através do qual os agricultores vendem grãos a comerciantes locais que os vendem a fábricas de processamento ou a comerciantes globais. Esses comerciantes então vendem grãos ou produtos de cacau – manteiga, pó e licor – para gigantes globais como Nestlé, Hershey, Mondelez e Cargill.  Em tempos normais, os comerciantes e processadores compram grãos de comerciantes locais com até um ano de antecedência a preços pré-acordados. No entanto, em tempos de escassez como este ano, o sistema entra em colapso – os comerciantes locais pagam aos agricultores um prêmio sobre o preço ao produtor para garantirem os grãos. Os comerciantes então vendem os grãos no mercado à vista a preços mais elevados, em vez de entregá-los a preços pré-acordados. Isso provoca uma falta de produto sem precedentes para os processadores.

As autoridades da Costa do Marfim e de Gana normalmente tentam proteger as fábricas locais concedendo-lhes empréstimos baratos ou limitando os volumes de grãos que os comerciantes globais podem comprar. Neste ano, no entanto, as fábricas não estão recebendo o cacau que encomendaram antecipadamente e não se podem dar ao luxo de comprar a preços spot que estão elevadíssimos.

A ICCO estima a produção global nesta temporada em 4.45 mln tons, e representa queda de 10.9%. A moagem deverá ser reduzida em 4,8%, para 4,78 milhões.

O descompasso entre oferta e demanda deve provocar um déficit de 374 mil tons, acima das 74 mil ton no ano passado e os estoques globais de cacau devem atingir o seu nível mais baixo em 45 anos. Muitos analistas já estimam outro déficit para a próxima safra.

Para realizar operações de cacau em bolsas, favor entrar em contato:

Claudemir Zafalon – (11) 96399-1704

Credenciado RJO’Brieng