Cacau recua em meio à otimismo com produção em Gana e novos sinais de arrefecimento da demanda

Entre os dias 27 de junho e 3 de julho, os contratos futuros de cacau apresentaram trajetória de baixa nos mercados internacionais. Em Nova Iorque, o contrato mais líquido, com vencimento em setembro de 2025, registrou queda de 10,4%, encerrando o período cotado a 8.101 USD/tonelada. Em Londres, o contrato com o mesmo vencimento recuou 10,2%, sendo negociado ao redor de 5.441 GBP/tonelada.

No período, prevaleceu entre os investidores uma percepção otimista em relação à oferta da safra 2025/26, especialmente após o órgão estatal de cacau de Gana divulgar expectativas de recuperação da produção no país para a próxima temporada. Do lado da demanda, novos sinais de arrefecimento do consumo, em meio à manutenção dos elevados preços da commodity, também podem ter contribuído para a expectativa de um balanço global mais equilibrado ao longo do período, fator que, por sua vez, pode ter contribuído com a queda dos preços.

Na manhã desta terça-feira (8), adicionalmente, a Associação Nacional das Indústrias Processadoras de Cacau (AIPC) divulgou seu relatório estatístico referente ao segundo trimestre de 2025. Esses números, por serem considerados a principal referência do setor no Brasil, tendem a impactar especialmente as cotações do cacau no mercado interno.

No mesmo intervalo, o índice de commodities CRB avançou 0,7%, enquanto o Dollar Index (DXY) manteve-se praticamente estável. A dinâmica desses indicadores ao longo da semana sugere influência limitada do cenário macroeconômico externo sobre as cotações do cacau, sobretudo diante do desempenho positivo das demais commodities, em contraste com o movimento de queda observado no mercado de cacau.