Cacau recua após o registro de chuvas no Oeste Africano
Entre 24 e 31 de janeiro, os contratos futuros de cacau registraram queda nas bolsas internacionais. Em Nova Iorque, o contrato mais negociado (maio/2025) desvalorizou-se em 4,9%, encerrando o período a 10.855 USD por tonelada. Em Londres, o mesmo contrato retraiu-se em 5%, concluindo a semana cotado a 8.694 GBP por tonelada.
O recuo semanal reflete uma redução moderada da percepção de risco em torno da safra 2024/25 no Oeste Africano, após o retorno das chuvas em áreas produtoras importantes. Desde novembro, a ausência de precipitações nos dois principais países produtores, Costa do Marfim e Gana, tem intensificado temores de uma quebra produtiva acentuada para o restante da safra e impulsionado as cotações futuras. No entanto, com a retomada das chuvas na última semana, a expectativa é que a umidade do solo seja parcialmente recuperada, contribuindo para amenizar a condição de seca na região e, por conseguinte, promovendo um alívio de curto prazo nos preços.
Sob a ótica macroeconômica, o ambiente de maior aversão ao risco entre os investidores na última semana pode ter ainda limitado a pressão altista sobre as cotações de cacau. No período, o Dollar Index (DXY) valorizou-se 0,9%, ao passo que o índice de commodities CRB recuou 1,5%. A combinação entre a apreciação da moeda norte-americana e o declínio de ativos considerados de maior risco está associada, em parte, às incertezas envolvendo o início do mandato do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que, na última semana, confirmou sua intenção de taxar as importações de parceiros comerciais importantes, como Canadá, México e China. Diante desse cenário, os preços de cacau, considerado um ativo de risco, podem ter sido parcialmente contidos.