Comentário semanal StoneX (28/08/2024)

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Na última semana, entre 16 e 23 de setembro, os preços do cacau no mercado futuro tiveram movimentos bastante distintos entre as duas principais bolsas que operam a commodity. Em Nova Iorque, o contrato mais ativo, com vencimento em dezembro de 2024, disparou 10,2%, encerrando a semana cotado a 7.811 USD/ton. Em Londres, por outro lado, a maioria dos contratos teve uma variação mais moderada, com o contrato de dezembro registrando um aumento de cerca de 1,5% e fechando a 5.467 GBP/ton.

A diferença nas movimentações entre as duas bolsas pode ser parcialmente explicada pelo contexto macroeconômico, especialmente pela dinâmica do dólar. Durante o período, o índice DXY, que mede a força do dólar em relação a seus principais pares, recuou 1,7%, alcançando seu menor nível desde julho deste ano. Em resposta, a Libra Esterlina valorizou-se 2% frente ao dólar. O recuo da moeda americana foi impulsionado principalmente pela melhoria do apetite global por risco, alimentado pela expectativa de um corte na taxa básica de juros do país na próxima reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC), no dia 18 de setembro.

Ao longo da última semana, as principais notícias com potencial de impactar os fundamentos para a próxima temporada (2024/25) estiveram relacionadas a novas declarações sobre a produção e comercialização em Gana, segundo maior produtor
mundial. Com as entregas na temporada atual (2023/24) praticamente encerradas, o país consolidou sua terceira queda produtiva consecutiva, devendo entregar nesta safra apenas 501 mil toneladas de cacau (de acordo com estimativa da ICCO, Organização Internacional do Cacau). A queda produtiva em Gana nos últimos ciclos resulta de uma combinação de fatores estruturais e climáticos. Dentre eles, vale mencionar desafios como a disseminação da doença viral CSSVD, o manejo inadequado das plantações devido à falta de recursos financeiros e a perda de áreas cultiváveis para a mineração ilegal.

Segundo as atualizações climáticas mais recentes para Gana até o dia 24 de agosto, as chuvas deste ano mostraram uma redução em comparação com o ano anterior e com a média dos últimos 10 anos. Normalmente, junho é o mês com maior precipitação, seguido por uma diminuição em julho e agosto, com uma retomada entre setembro e novembro. Este ano, junho e julho demonstraram um volume de chuvas abaixo da média da última década, conforme apresentado no gráfico. Dessa forma, é essencial que os investidores continuem monitorando esses dados nos próximos meses, especialmente a partir de setembro.

Chuvas em Gana, ponderadas pelas áreas cacaueiras (mm)*

Acesse: mercadosagricolas.com.br/cacau/

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