A Cacau Show pretende faturar R$ 2 bilhões na Páscoa deste ano, o que, caso se confirme, representará um aumento de 38% em relação a 2024. O feriado representa entre 22% e 25% dos negócios da chocolateria no ano, o que faz dessa data o carro-chefe da empresa, a maior franqueadora do Brasil.
Neste ano, a produção de ovos de chocolate da Cacau Show deverá crescer quase 30%, somando 22,6 milhões de unidades e 6,7 mil toneladas de chocolate, disse na terça-feira (4/2) Daniel Roque, vice-presidente da companhia, em evento de divulgação da nova linha de produtos para a data comemorativa. Os produtos estão disponíveis nas lojas desde segunda-feira (3/2).
“Todo ano temos uma concentração de vendas na última semana antes da Páscoa, com 60% a 70% das vendas acontecem no ‘pré-Páscoa’”, afirmou Roque ao Valor. Para 2025, a Cacau Show projeta faturar R$ 8,5 bilhões, um montante 25% maior do que o do ano passado.
A empresa manifesta otimismo a despeito do forte aumento dos preços da principal matéria-prima de seus produtos. Nesta terça-feira (4/2), os contratos de cacau que vencem em maio fecharam o dia em queda de 0,43% na bolsa de Nova York, mas a cotação atual, de US$ 10.865 a tonelada, ainda está em patamar altíssimo. Para efeito de comparação, em novembro de 2023, o cacau estava na casa de US$ 4 mil.
Segundo Roque, além do aumento do preço da amêndoa, a valorização do dólar também pressionou muito as margens do segmento nos últimos meses. “O quadro de commodity [com uma cotação] alta já era complexo, [mas] piorou com a situação do dólar”, avaliou.
Para se ajustar a esse cenário, a Cacau Show elaborou um plano para reduzir custos e ganhar eficiência na linha produtiva e com itens como embalagens. “Nós equalizamos [a produção] de forma que não tem tanto impacto para o consumidor. Foi o que vimos em outras chocolaterias, principalmente as menores, em que os preços subiram 30% porque elas não têm essa cadeia de valor que nós temos para distribuir os custos”, disse Roque.
Atualmente, a Cacau Show consome 15 mil toneladas de cacau por ano, mas produz apenas 3% desse volume. Os 50 mil cacaueiros da empresa ficam em Linhares (ES).
Para aumentar a produção própria, a empresa anunciou em 2024 o plano de investir R$ 1 bilhão nos próximos dez anos para plantar sete milhões de pés de cacau. As novas plantas seriam suficientes para equalizar a demanda, mas não para a empresa se tornar autossuficiente, segundo Roque.
Para driblar os altos preços da matéria-prima, a produção em larga escala é prioridade da companhia, que busca parcerias com especialistas da cacauicultura. “Hoje, o produtor está faturando muito mais do que planejava, e está investindo em tecnologia na lavoura. Estamos vendo a produção de quilos por hectare aumentar muito. Teremos parceiros com experiência no manejo do cacau e isso nos dará segurança na cadeia produtiva”, disse.
Fonte: Globo Rural