Com R$ 10 mil, é possível ter sua própria fábrica de chocolate

A maior parte dos negócios de chocolates no Brasil trabalha com o chamado chocolate de cobertura, ou seja, derrete barras prontas para criar subprodutos. A tendência, no entanto, é que cada vez mais empresas produzam através da amêndoa do cacau, em um processo do grão à barra, mais longo, caro e controlado. Geralmente, o investimento em uma unidade fabril é alto e afasta os empreendedores.

 

Pensando neste movimento, o casal de indianos Andal Balu e Balu Mannarsamy Balasubramanian criou a Cocoatown, que fabrica máquinas compactar para produzir chocolate. Uma pequena fábrica, com equipamentos da empresa, pode custar R$ 10 mil.

 

“Sete anos atrás, as pessoas não tinham ferramentas para fazer o próprio chocolate. E montar uma fábrica era muito caro e exigia um espaço enorme. Não bastava conhecer o produto. Era preciso saber a engenharia por trás”, diz Andal.

 

Os empreendedores observaram o crescimento da produção de cervejas em casa nos Estados e viram uma oportunidade de expandir essa moda no mercado de chocolates. “Fizemos uma pesquisa por dois a três anos e a primeira maquina que lançamos é chamada de melanger [faz a mistura do chocolate]. Hoje, as máquinas podem moer e torrar as amêndoas e misturar os ingredientes. Elas são fáceis de usar e gastam pouca energia”, diz Andal.

Unidos por um casamento arranjado, a botânica e o químico uniram suas formações para criar máquinas para nichos.  A Cocoatown é um braço da Inno Concepts, criada pelos empreendedores em 1992, para suprir a demanda de utensílios da cozinha indiana nos Estados Unidos.

 

Os produtos estão disponíveis em 17 países, como Japão, Equador, Colômbia, Peru, Nova Zelândia, Austrália e Alemanha. “Nos Estados Unidos, mesmo grandes empresas como Mars usam nossas máquinas em laboratório para testar novas receitas”, afirma. Andal e Balasubramanian apresentaram os equipamentos durante o 7º Festival do Cacau e Chocolate, em Ilhéus.

 

A expectativa da dupla no Brasil é instalar máquinas para pequenos produtores de cacau. “Acreditamos que as maquinas podem beneficiar muito os pequenos produtores de cacau, aproximando o consumidor do produtor através da internet”, diz Balasubramanian.    

 

Para os consumidores que querem começar o negócio, a sugestão é começar investindo na melanger. “A torra pode ser feita no forno e a quebra as amêndoas em pedaços pode ser feita com um rolo. A melanger tem duas funções: moer e conchar [termo usado para a misturar o cacau até virar chocolate]”, diz. Esta máquina está disponível em dois modelos: para quatro quilos (US$ 500) e 15 quilos (US$ 1250). Fonte: PEGN

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