Por Adilson Reis – Sul da Bahia, março de 2022

O prolongamento dos entraves geopolíticos no mar negro, ameaçam séria crise de demanda no seguimento de cacau e chocolates

Desde o início do conflito, Rússia X Ucrânia, foi levantado um alerta lateralizado, para os destinos do commodity cacau nas bolsas. Com os avanços da crise, as apostas para um cenário pessimista, indicada pela grande maioria dos analistas internacionais de mercado, parecem ganhar formas, à medida que, os caminhos para uma trégua de guerra, se mostram cada vez mais distantes.

As conseqüências negativas do conflito, se expressam nos aumentos abusivos dos alimentos primários, esboçando custos considerados inviáveis, para a grande maioria da população global. Alguns especialistas, apresentam previsões para uma grande crise nutricional no planeta. Consideram que, alimentos essenciais, como: Soja e trigo, caminham para um aumento nos custos, acima de 30%, no curto prazo. 

Outro ponto relevante, se refere a crise energética, impulsionada principalmente pelo super aumento do barril de petróleo, o qual, desencadeou considerável evolução inflacionária, afetando inclusive, economias consideradas estáveis, como a Norte americana, por exemplo. Para se ter uma idéia, os preços dos combustíveis nos EUA, dobraram no decorrer do exercício de 2021. Como se não bastasse, elevaram + 25%, nos últimos 15 dd. 

Reflexos na demanda

As complicações econômicas, indicam para um cenário ainda mais conturbado, podendo desencadear uma nova crise setorial, nos segmentos vinculados ao cacau. Mesmo carregando um elevado teor nutricional, os derivados do cacau, não integram a lista dos alimentos de primeiríssima necessidade, assim sendo, os produtos da iguaria, muito provavelmente incidirão em redução expressiva de demanda.

Páscoa será termômetro de crise de consumo de chocolates no Brasil

No Brasil, o termômetro inicial, para medir o calor da capacidade financeira do consumidor local, acontecerá nas próximas semanas, exatamente nas compras da Páscoa, momento esse, onde se concentram historicamente, os maiores volumes de vendas internas de chocolates. Alguns especialistas, apontam para um cenário estável ou delineando uma pequena queda nas vendas de ovos e confeitos, porém, estimam ampliar o faturamento das empresas fabricantes, frente ao mesmo período temático do ano anterior.

Fonte: mercadodocacau