O Conselho de Café e Cacau (CCC) da Costa do Marfim planeja realizar uma reunião com exportadores nos próximos dez dias para evitar que contratos da safra principal sejam adiados para a safra intermediária ou para a próxima temporada. A medida busca evitar compensações financeiras elevadas que podem impactar o órgão regulador, afirmaram fontes do CCC e exportadores.
A arbitragem, prática comum antes do final da safra principal que vai de outubro a março, obriga os comerciantes com excedentes a vender seus grãos para comerciantes deficitários a um preço fixo de 1.915 francos CFA (US$ 3,06) por quilo, independentemente do custo original de compra. Essa dinâmica visa equilibrar os contratos e garantir que os volumes físicos correspondam aos acordos firmados.
Yves Brahima Kone, diretor administrativo do CCC, afirmou que todos os contratos estão cobertos por volumes reais de grãos e que a entidade garante pagamentos de suporte caso adiamentos sejam necessários. Contudo, ele não confirmou a realização da reunião.
Por outro lado, um gerente do CCC, sob condição de anonimato, informou que alguns comerciantes possuem excedentes que precisam ser redistribuídos, tornando a reunião essencial para discutir estoques e limites de compra. Segundo estimativas dos exportadores, cerca de 130.000 toneladas métricas de cacau devem ser realocadas para atender aos contratos de forma equilibrada.
No ano passado, o CCC desembolsou mais de 70 bilhões de francos CFA (US$ 112 milhões) em compensações para apoiar exportadores cujos contratos foram adiados. Este ano, os altos preços globais do cacau podem inflacionar ainda mais os custos dessas compensações, caso sejam necessárias.
Colheita acima do esperado
Apesar do desafio, um funcionário do CCC declarou que uma colheita principal ligeiramente maior do que o esperado deve permitir que todos os exportadores preencham suas cotas este ano. O regulador impõe limites de compra a cada exportador com base nos contratos aprovados e estipula que os moedores só podem armazenar volumes acima desse limite por até 45 dias.
Essa reunião representa um esforço crucial para evitar prejuízos financeiros adicionais e manter a estabilidade no setor de cacau, um dos pilares da economia da Costa do Marfim, maior produtor mundial do grão.
Fonte: mercadodocacau com informações reuters