O consumo mundial de café deve aumentar em 70 milhões de sacas até 2030. A projeção é do CEO da Illy Café, Andrea Illy. O executivo-chefe da torrefadora fez uma apresentação na manhã desta sexta-feira (13/3) em São Paulo durante um evento da Universidade do Café Brasil realizado em em conjunto com o Pensa (Centro de Conhecimento em Agronegócios), da FEA-USP.
De acordo com Andrea Illy, hoje o consumo mundial da bebida cresce em média 1,5% ao ano, ritmo que acompanha o do crescimento populacional. Daqui a quinze anos, no entanto, a população deve crescer cerca de 0,5% ao ano enquanto a demanda por café deve estar entre 2 e 2,5%. Segundo Illy, Brasil e Vietnã devem aumentar em 76,6 milhões de sacas até 2030.
Consumo emergente
“Hoje países produtores como Brasil e emergentes como a China estão contribuindo para o aumento do consumo”, explica o executivo. Segundo o executivo, apenas 20% da população mundial consome café (cerca de 1,5 bilhões de pessoas).
Além do aumento da oferta, os produtores terão de enfrentar o desafio de entregar um produto mais adequado a um novo perfil de consumo. Se antes o café era visto mais como uma bebida energética, hoje passou a ser visto como um produto associado ao prazer, além de benéfico para a saúde. “Mais de 60% dos consumidores consideram o café bom para a saúde”, disse Andrea Illy durante a apresentação.
“O consumidor começou a conhecer as origens do café e distingui-lo”, disse Andrea. Essa tendência deve continuar e o Brasil, com uma produção diversificada do fruto, deve ter um papel fundamental nesse contexto.
Aquecimento
O desafio será lidar com esse novo padrão de consumo diante de problemas atuais da cafeicultura, como as adversidades climáticas e os baixos preços pagos pelo café, que devem continuar.
Apesar de não concordar com certas projeções mais alarmantes, Andrea disse que “há previsões de que 50% das áreas compatíveis vão se tornar incompatíveis [com a cafeicultura] até o fim do século se o aquecimento global continuar dessa maneira”.
Ainda assim, o executivo é otimista. Andrea disse que hoje 100 milhões de pessoas estão engajadas na cadeia do café, da fazenda à xícara. “A cafeicultura, mesmo com toda a volatilidade que vive hoje, tem mais valor do que no passado”, disse Illy. Fonte: Globo Rural