O dólar opera em queda em relação a várias moedas nesta manhã de quinta-feira, enquanto o mercado espera que o Banco Central Europeu divulgue uma redução de juros no bloco. Isso abre espaço para o avanço das commodities e todos os contratos agrícolas sobem nesta manhã.
Na bolsa de Nova York, o destaque são os preços do cacau, que mais uma vez se aproximam de US$ 10 mil a tonelada. Agora, eles sobem 3,7%, cotados a US$ 9.891 a tonelada.
O movimento se deve também a um ajuste após a queda de ontem, uma vez que não mudaram os fundamentos e, portanto, a previsão de déficit mundial. Entretanto, Rafael Machado Borges, analista de inteligência de mercado da StoneX, acredita que as entregas do produto nos portos da Costa do Marfim, principal produtor mundial, pressionam os preços. Entre os dias 27 de maio a 2 de junho, as chegadas da amêndoa totalizaram 39 mil toneladas, em comparação com as 36 mil de um ano antes.
“O governo da Costa do Marfim aumentou os preços pagos aos produtores, e tem atuado para inibir o contrabando no comércio de cacau, bem como coibir a estocagem ilegal. Isso pode ajudar a explicar essa elevação nas entregas aos portos”, diz Borges.
Esses dados, porém, não são suficientes para forçar um recuo mais acentuado dos valores futuros, lembra o analista. “A safra [de cacau] já está praticamente concluída. A questão é que os preços estão tão sensíveis, que não há como saber se eles vão sustentar movimentos de baixa, mesmo com notícias favoráveis para isso”.
“Soma-se a esse cenário o quadro adverso para o balanço global, com as estimativas de oferta caindo 11,6% em 2023/24, enquanto os prognósticos para a demanda estão apenas 4,3% menores, segundo a ICCO [Organização Internacional do Cacau].
Como o quadro de oferta ainda é delicado, Borges acrescenta que apenas a confirmação de recuo nas moagens no segundo trimestre deste ano – com dados que serão divulgados em julho – pode trazer alívio para as cotações, que apesar da queda de 21,7% em maio, acumulam alta superior a 113% neste ano.
Café
A cotação do café arábica para julho é de US$ 2,3840 a libra-peso, com alta de 2%.
Neste momento, os preços do grão estão mais tensionados para novas altas, já que os primeiros rendimentos da colheita no Brasil estão abaixo do esperado. Além disso, o café arábica pode voltar a receber impulso do grão robusta, que é negociado na bolsa de Londres, já que persistem no mercado as preocupações com a safra no Vietnã, maior produtor mundial de robusta.
Açúcar e algodão
Nos negócios de açúcar, os papéis com entrega para julho têm alta de 0,73%, para 19,27 centavos de dólar por libra-peso. Os de algodão também para julho sobem 0,63%, cotados a 74,95 centavos de dólar por libra-peso.
Fonte: Globo Rural