O Coffee and Cocoa Council (CCC), regulador do cacau na Costa do Marfim, anunciou uma reforma significativa no sistema doméstico de comercialização de cacau, com o objetivo de eliminar intermediários e evitar riscos e pagamentos excessivos. A implementação dessa reforma está prevista para ocorrer dentro de um ano, conforme relataram autoridades e fontes à Reuters.
A reforma pretende eliminar intermediários que atualmente adquirem grãos de cacau das fazendas no interior e os revendem para exportadores. Esses intermediários independentes são responsáveis por cerca de 80% dos volumes comprados das fazendas e entregues nos portos de Abidjan e San Pedro, enquanto as cooperativas respondem por aproximadamente 20%.
O novo sistema de rastreabilidade e certificação de cacau, que está sendo implantado pelo CCC, será operacional até outubro, no início da temporada de cacau 2024/25. Este sistema digitalizará o pagamento de todas as transações de compra e venda de grãos de cacau, desde o agricultor até o exportador.
Arsène Dadie, diretor de marketing doméstico do CCC, explicou que “os intermediários que recolhem o produto para revender a outros intermediários desaparecerão porque não se beneficiarão desse sistema”. O novo sistema, baseado em cartões de identificação dos agricultores que também servirão como cartões de pagamento, dependerá essencialmente das cooperativas de cacau, que serão os únicos intermediários entre exportadores e agricultores.
Até o momento, o CCC identificou 1,05 milhão de produtores de cacau e emitiu cerca de 900 mil cartões, dos quais 800 mil já foram distribuídos. Além disso, 580 das quase 2.000 cooperativas estão participando de uma implantação de teste do novo sistema de vendas, juntamente com 22 dos 100 exportadores.
Dadie acrescentou que “ao mesmo tempo em que distribuímos os cartões, estamos implementando gradualmente o sistema de rastreabilidade entre as cooperativas”, garantindo que os agricultores sejam pagos diretamente, sem qualquer intermediário, a partir da próxima temporada de cacau.
Além de eliminar os intermediários, o CCC pretende reduzir o número de licenças emitidas e introduzir mais restrições para garantir a conformidade. Uma fonte do CCC, que preferiu não se identificar, afirmou que “já identificamos todos os responsáveis pelos atuais pagamentos a mais, eles serão excluídos dos alvarás. Também introduziremos medidas severas, incluindo a limitação do número de licenças para melhor controlá-las”.
Atualmente, cerca de 40.000 toneladas métricas de grãos estão acumuladas em armazéns agrícolas por compradores intermediários independentes, que estão atrasando as entregas aos portos e exigindo preços acima do oficial. Isso desacelerou a oferta aos exportadores, forçando o CCC a suspender as exportações de grãos de cacau para permitir que os moedores locais comprassem os volumes necessários para suas fábricas.
“Hoje, atravessadores compradores e olheiros controlam 80% das compras nas fazendas, mas com o novo sistema de comercialização que está chegando, as cooperativas vão tomar o poder. Queremos claramente excluir os compradores”, concluiu a fonte do CCC.
Fonte: xm
3 Comments
Qual é o valor pago pelo cacau
Por ccc
E kg ?
Aroba ?
Ou saca ?
Com certeza mais um sistema burocrático será implantado para o Governo controlar né !
Será q com isto as roças irão produzir mais ? Serã que irão abortar 80 % dos responsáveis pelo comércio primário? ? Ou tudo é uma dissimulação para não resolver os problemas básicos ?
Excelente notícia