A Costa do Marfim, maior produtora mundial de cacau, anunciou um aumento de 22% no preço mínimo da safra intermediária de 2024/2025 pago aos agricultores. Com essa decisão, o valor por quilograma passou de 1.800 francos CFA para 2.200 francos CFA (aproximadamente US$ 3,65), conforme comunicado do ministro da Agricultura, Kobenan Kouassi Adjoumani.

A medida visa impulsionar a receita dos produtores em um momento de desafios para o setor. Apesar da queda recente nos preços internacionais do cacau, o governo marfinense optou por garantir um valor mais elevado aos agricultores. “Apesar da tendência de queda no mercado internacional, o presidente decidiu definir o preço o mais alto possível”, destacou Adjoumani.

No ano passado, os preços do cacau atingiram recordes devido a problemas de abastecimento na África Ocidental. Entretanto, em março deste ano, os valores recuaram para uma mínima de quatro meses. Ainda assim, as autoridades justificaram o aumento do preço ao produtor afirmando que o regulador conseguiu realizar boas vendas quando o mercado estava otimista.

A decisão ocorre em um contexto desafiador para a produção. A Costa do Marfim se prepara para enfrentar sua pior safra intermediária da última década, em razão de uma estação seca prolongada. O impacto climático pode comprometer significativamente a oferta, tornando o aumento do preço ao produtor uma estratégia fundamental para mitigar as dificuldades enfrentadas pelos agricultores.

Com essa iniciativa, o governo reafirma seu compromisso com a sustentabilidade do setor cacaueiro e com a manutenção da renda dos trabalhadores rurais, essenciais para a economia do país. O período de safra intermediária, que ocorre entre abril e setembro, será decisivo para avaliar os impactos dessa política na produção e no mercado internacional do cacau.

Fonte: mercadodocacau com informações reuters