A Costa do Marfim, maior produtora mundial de cacau, está intensificando seus esforços para se tornar uma potência global no processamento desse produto. Em uma iniciativa ambiciosa, o país busca transformar a sua posição de exportador de grãos crus para líder no processamento de cacau, aumentando o valor agregado de sua produção. Yves Brahima Kone, diretor do Conselho do Café-Cacau (CCC), destacou os planos em uma entrevista na noite de quarta-feira, afirmando que “queremos ir além e dominar todos os negócios relacionados ao processamento, e o GCB nos ajudará a atingir esse objetivo”.
O GCB (Global Cocoa Broker), parceiro nessa empreitada, é uma empresa global com forte atuação no mercado de cacau. Segundo Kone, a Costa do Marfim assinou o acordo de participação com o GCB com a intenção clara de conquistar uma posição de destaque no mercado asiático, um dos maiores e mais dinâmicos em termos de demanda por produtos processados de cacau.
Estratégia ambiciosa para expansão
A estratégia da Costa do Marfim para expandir sua participação no processamento de cacau já está em andamento há alguns anos. A Transção, uma das principais empresas envolvidas no setor, possui uma planta de processamento com capacidade de 50.000 toneladas métricas. No entanto, os planos são ainda maiores: até o final de 2024, uma nova planta será inaugurada, elevando a capacidade total da empresa para 190.000 toneladas até o fim de 2025.
Essa iniciativa faz parte de uma política estatal mais ampla, que inclui incentivos fiscais e outros benefícios para tornar o processamento local de cacau uma opção atraente para empresas marfinenses e internacionais. O governo do país tem investido fortemente em infraestrutura e na criação de condições favoráveis para o setor, visando transformar o cacau não apenas em uma matéria-prima de exportação, mas em um produto processado com maior valor de mercado.
Transferência de conhecimento e capacitação
A parceria com o GCB também traz um importante componente de transferência de tecnologia e conhecimento técnico. “Há também um grande componente de treinamento. Teremos marfinenses na equipe comercial, na equipe de vendas e na equipe técnica para aprender e dominar o know-how da GCB”, destacou Kone. Essa colaboração é vista como essencial para fortalecer o setor local e garantir que a Costa do Marfim se estabeleça como um centro de processamento altamente qualificado.
Atualmente, a capacidade instalada de processamento de cacau no país já ultrapassa 800.000 toneladas, com a expectativa de alcançar 1 milhão de toneladas nos próximos dois anos, à medida que novas plantas entrem em operação. Esse crescimento coloca a Costa do Marfim em uma trajetória de liderança global no setor, transformando sua economia e aumentando a participação do país no mercado global de produtos processados.
Com essa iniciativa, a Costa do Marfim espera não apenas manter sua posição como maior produtor de cacau do mundo, mas também tornar-se uma referência no processamento industrial, gerando mais empregos, renda e oportunidades para sua população.
Fonte: mercadodocacau com informações reuters