Com a aproximação das eleições em Gana, o setor de cacau — segunda maior fonte de produção do país — tornou-se o tema central dos debates eleitorais. O colapso na produção devido a condições climáticas extremas, pragas e doenças tem devastado agricultores, destacando os fertilizantes como prioridade essencial para os produtores.
Joseph Arkoh, agricultor de 56 anos da região de Assin Foso, reflete a angústia de muitos: “Estamos sofrendo. Quando nos encontramos sem fertilizantes e produtos químicos, as dificuldades só aumentam.” A insatisfação generalizada ameaça a permanência do Novo Partido Patriótico (NPP) no poder, com produtores declarando apoio crescente ao opositor Congresso Nacional Democrático (NDC).
Agricultura e política: um cenário interligado
As famílias produtoras de cacau representam cerca de 2 milhões de eleitores em um país com mais de 18 milhões de votantes. A importância desse grupo é crucial para o pleito, especialmente em um cenário onde a economia enfrenta inflação e dívida crescente.
Entre os principais candidatos está o atual vice-presidente, Mahamudu Bawumia (NPP), e o ex-presidente John Dramani Mahama (NDC). Uma pesquisa eleitoral recente aponta Mahama como favorito, influenciado pela insatisfação dos produtores com as políticas atuais.
“Antes eu votava no NPP, mas eles não são para os agricultores, e sim para negócios”, afirmou um agricultor, simbolizando a perda de confiança no partido governista.
A luta por fertilizantes
A crise no setor de cacau é amplificada pelo aumento no custo de vida e pela falta de suporte governamental adequado. Para os agricultores, fertilizantes acessíveis e eficientes são essenciais para recuperar a produtividade. Essa questão se tornou tão central que promete influenciar diretamente o resultado das urnas.
Se a tendência continuar, o futuro do cacau — e do governo de Gana — estará profundamente interligado à capacidade de atender às demandas urgentes do setor agrícola. As eleições de 7 de dezembro serão decisivas não apenas para os partidos, mas para o futuro de milhões de produtores que dependem do cacau para sobreviver.
Fonte: mercadodocacau com informações reuters