Em recente encontro com produtores de cacau do Sul da Bahia, a Dengo – empresa de chocolates especiais – reafirmou o compromisso de pagar um preço significativo pelas amêndoas de qualidade. Esse prêmio pode ser até 70% maior do que o preço praticado pela indústria e comerciantes locais. As amêndoas são selecionadas através do Centro de Inovação do Cacau na Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc), que já conta com 120 produtores.
Além de produzir com sustentabilidade, a marca, que entrou no mercado em junho de 2017, planeja compartilhar, no futuro, um percentual dos lucros com os cacacuicultores, visando à revitalização de toda a cadeia, especialmente da produção primária.
A proposta é vista com bons olhos por pessoas ligadas ao setor. Em entrevista ao Mercado do Cacau, um produtor afirmou: “Isso é excelente. Quando produzimos com sustentabilidade, os resultados são compensatórios. Ser parceiro da Dengo é ter a garantia de que poderemos ter um horizonte melhor na frente”.

Reconhecimento
Criada pelo empresário Guilherme Leal, um dos fundadores da Natura, juntamente com sua esposa, Samira Farah Leal, e o engenheiro de produção Estevan Sartoreli, que por 12 anos também trabalhou na Natura, a Dengo já conquistou uma legião de fãs. A ideia é repetir a fórmula que deu origem a uma das maiores empresas de cosméticos do Brasil.
Com chocolates produzidos sem adição de essências, aromas, químicos ou gordura hidrogenada, a Dengo faz a ponte entre pequenos e médios produtores, principalmente os sul baianos, e o consumidor final. As barras são vendidas em seis variações de teor de cacau, indo de 36% a 75%.
Recentemente, o “Dengo de Páscoa 75%” ficou em primeiro lugar no ranking “Paladar” publicado pelo Estadão, na categoria “Cacau Nacional de Origem”. O ovo de chocolate derrete suavemente na boca e combina acidez com tostado. Amêndoas de cacau cobertas por chocolate vêm dentro do ovo.
A Dengo também utiliza cacau na receita de cervejas e chás, estes produzidos com cascas das amêndoas. Todos os produtos podem ser encontrados no site da loja e é possível, inclusive, escolhê-los de acordo com seus produtores. As entregas são feitas para todo Brasil. Além disso, a marca também trabalha com cafés, no mesmo esquema de fortalecimento de produtores locais.

Expansão
Inicialmente, os produtos só podiam ser encontrados no Shopping Morumbi, em São Paulo, e pelo e-commerce www.dengo.com. A segunda loja foi aberta no shopping JK Iguatemi, um dos mais nobres da capital paulista. E a terceira no Iguatemi Alphaville. Mais uma deve ser inaugurada até o final do mês no Village Mall, na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro. O plano é chegar a oito ou dez novas unidades em 2018.
Em entrevista ao Valor Econômico, Guilherme Leal também demonstrou interesse em expandir a Dengo internacionalmente, o que, segundo o empresário, também influenciou na escolha do nome Dengo. “Veja como soa bem em inglês: Déngô”, disse, carregando num sotaque. Apesar de afirmar que isto ainda não é certo, Leal acredita que a marca pode “ter asas”.