Entidades representativas de produtores rurais e da indústria manifestam nesta quarta-feira (18/3) sua posição sobre a criação de uma tabela mínima para fretes no país. Uma entrevista coletiva foi marcada para as 15 horas, na sede da Frente Parlamentar da Agropecuária, em Brasília.
De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Óleos Vegetais (Abiove), além dela própria, estarão representantes de entidades como Aprosoja Brasil, Aprosoja Mato Grosso, Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec), Associação Nacional dos Usuários de Transporte (Anut), Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Sindicato das Indústrias de Alimentação Animal (Sindirações), União das Indústrias de Cana-de-açúcar (Unica) e Sociedade Rural Brasileira (SRB).
As entidades participam das discussões mediadas pelo governo federal que, entre outros assuntos ligados ao transporte, está a criação de uma tabela mínima de preços de frete. Esta é uma das reivindicações feitas pelos caminhoneiros durante as recentes paralisações em diversas regiões do país.
O grupo de trabalho foi dividido em três subgrupos. As propostas de cada um deles devem ser apresentadas em reunião marcada para o próximo dia 26, em Brasília.
Lados opostos
Mas a discussão sobre o preço do frete colocou em lados opostos setores do agronegócio e transportadores logo no início do ano. Em meados de janeiro, a própria Abiove divulgou comunicado criticando a criação do “balizador referencial de fretes”, com valores mínimos para as principais rotas rodoviárias de transporte de grãos a partir de Mato Grosso.
Na época, a entidade que representa a indústria da soja argumentou que a iniciativa ia contra a livre concorrência e chegou a falar em “crime contra a ordem econômica”. A Abiove informou, inclusive, que tomaria medidas legais.
Em entrevista a Globo Rural, Maicol Michelon, presidente da Associação dos Transportadores de Cargas (ATC), uma das entidades que apoia a criação do referencial para o frete, argumentou que a iniciativa visava apenas evitar umas “quebra generalizada” no setor. Respondendo à Abiove, Michelon disse que a preocupação também era com uma possível “concorrência predatória”.
Ainda em janeiro, a Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT) reforçou as críticas ao “tabelamento” dos frete. O argumento era o de elevação no custo do frete para o produtor rural, com eventual perda de renda. Fonte: Globo Rural