As entregas de fertilizantes aos produtores brasileiros em 2016 devem superar em 3% a 3,5% o volume de 2015, de acordo com consultorias do setor, informou o presidente da Associação Nacional para a Difusão de Adubos (Anda), George Wagner Bonifácio e Sousa. “Por questões de compliance a Anda não faz projeções de mercado, mas dados de consultorias com credibilidade no mercado apontam aumento de 3% a 3,5% nas entregas em 2016 sobre as de 2015”, declarou Sousa.
O executivo comentou que o bom desempenho do setor nos últimos meses se deve à relação de troca de grãos por adubo, favorável aos produtores, e ao câmbio, já que o fortalecimento do real ante o dólar torna os produtos mais baratos na moeda brasileira. 70% dos produtos usados nas lavouras do Brasil são importados. “A entrega mais acelerada até agora foi facilitada porque havia produtos agrícolas indo de regiões produtoras, como Mato Grosso e Goiás, para os portos, barateando o custo do frete de retorno do adubo dos portos às áreas de produção”, acrescentou o presidente da Anda.
Sousa mencionou que ainda há muito produto para ser entregue, referente a vendas já concretizadas, mas não detalhou qual o porcentual aproximado do volume a ser comercializado para a safra de grãos 2016/17 já foi fechado. O executivo comentou também que as quebras de safra que vêm sendo registradas em diversas regiões produtoras do Centro-Oeste e no Matopiba (parte dos Estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia) têm provocado no último mês efeito inverso sobre os preços do frete.
“O frete tem subido por causa da quebra em algumas regiões e do menor tráfego dos grãos de áreas produtoras para os portos”, disse Sousa.
Segundo ele, tem sido necessário repassar este aumento aos clientes. Em contrapartida, a desvalorização do dólar ante o real tem ajudado a reduzir os custos dos fertilizantes em real. Sousa, contudo, destacou não ser possível estimar se este quadro se manterá, e por quanto tempo, tendo em vista outros fatores que compõem os preços dos produtos, como as cotações de fertilizantes no mercado internacional e oferta e demanda global por estes produtos.
“Hoje o valor de fertilizantes em real está mais barato, mas outros fatores podem mudar isso a qualquer momento”, disse. O diretor executivo da entidade, David Roquetti Filho, enfatizou a necessidade de estabilizar o câmbio no País a fim de fugir das oscilações dos preços também em real e facilitar a previsão de custos por parte da cadeia. Fonte: Globo Rural