Segundo informações da TH Consultoria, as previsões recentes para a produção brasileira na safra internacional 2015/16 variam numa faixa inusitadamente ampla entre 165.000 e 230.000 toneladas segundo as informações recebidas de cinco fontes, incluindo a Organização Internacional do Cacau (OICC), todas com data do final de fevereiro ou início de março. Pergunta-se onde estará a projeção mais provável?
O que há de concreto é o total das entradas da safra principal até 6/3, com 63.726,5 toneladas. As oito semanas até o final da safra deverão produzir, numa avaliação otimista, 11.000 toneladas e, numa avaliação conservadora, 9.000 toneladas, conduzindo a um resultado final em torno de 74.000 toneladas.
Não temos base para a previsão do Temporão dos outros estados, mas, partindo do pressuposto que o clima já melhorou no Pará e que os novos plantios devem incrementar as entradas, assumiremos que o resultado ficará acima do recorde do ano passado com 45.000 toneladas. Partindo destes dados, o resultado do Temporão da Bahia deste ano teria que chegar a 111.000 toneladas, ou seja, mais de 1,85 milhão sacas, para alcançar a previsão mais alta, um resultado definitivamente fora de cogitação. Já para satisfazer a previsão mais baixa, o Temporão não passaria de 46.000 toneladas, que equivalem a 767.000 sacas.
Ainda não foram divulgados dados numéricos dos pesquisadores de safra, mas, salvo uma imediata e extremamente favorável mudança do clima na região cacaueira da Bahia, parece existir pouca chance de o Temporão produzir mais de 900 mil sacas, ou seja, 54.000 toneladas, o que com base nos números citados resultaria em 173.000 t para a safra de 2015/16, perto da previsão mais pessimista. Um resultado semelhante foi registrado em 2013, quando o Temporão produziu apenas 903.333 sacas, mas foi seguido por uma safra principal de quase 1,3 milhão sacas, compensando em boa parte a quebra sofrida. Se as chuvas voltarem em tempo, um efeito igualmente positivo também ainda pode ocorrer este ano.