Pacientes que consumiram chocolate com alto teor de cacau conseguiram andar por mais tempo em teste feito na esteira; pesquisadores atribuem resultado à ação dos polifenóis
Pacientes com doença arterial periférica têm um motivo a mais para comer chocolate. Novo estudo mostrou que após ingerir 40g de chocolate com teor maior que 85% de cacau, idosos com a doença apresentaram melhora na capacidade de caminhar.
A doença acarreta na redução do fluxo sanguíneo por conta do estreitamento das artérias periféricas das pernas, barriga, braços ou cabeça. Ela está associada ao envelhecimento e geralmente atinge as artérias das pernas, resultando em dor, cólica, ou fadiga nas pernas e dificuldade de caminhar.
Os pesquisadores Universidade de Roma La Sapienza, na Itália, acompanharam 14 homens e seis mulheres entre 60 e 78 anos. Eles fizeram testes em uma esteira de manhã e novamente duas horas depois de comer 40 gramas de chocolate com alto teor de cacau e, portanto rico em polifenóis. Nessa segunda caminhada na esteira, os voluntários tiveram resultados melhores: conseguiram andar em média 11% mais na distância e andaram por 15% mais de tempo.
O teste também foi feito após o grupo ingerir a mesma quantidade de chocolate ao leite, com teor de cacau menor de 30%. Nesse caso, a distância e o tempo de caminhada não melhoraram.
Os pesquisadores atribuem à melhora, considerada modesta, ao efeito dos polifenóis do chocolate com alto teor de cacau. A análise do sangue dos 20 voluntários mostrou que a substância melhorou a circulação dos idosos. Os pesquisadores notaram que os níveis de óxido nítrico, um gás relacionado com a melhor circulação sanguínea, no sangue dos voluntários aumentavam quando eles consumiam o chocolate com muito cacau. Outros sinais bioquímicos foram também menores. O estudo sugere, inclusive, que os altos níveis de óxido nítrico podem ser responsáveis em dilatar artérias periféricas e melhorar caminhada.
Os avanços conquistados com a ingestão de chocolate animaram os voluntários ( e também quem nem tem a doença). Pesquisadores afirmam que estudos mais amplos e mais longos precisam ser feitos para comprovar a eficiência do chocolate.
“A ingestão de nutrientes ricos em polifenóis poderia representar uma nova estratégia terapêutica para neutralizar a complicações cardiovasculares," disse, Francesco Violi, da Universidade de Roma La Sapienza e um dos autores do estudo publicado no publicado no periódico cientifico da Associação Americana do Coração (AHA, da sigla em inglês).
A Associação Americana do Coração alerta que é preciso moderar o consumo de chocolate por conta do açúcar adicionado. Ela recomenda que homens não consumam mais de 150 calorias de açúcar adicionado (nove colheres de chá) por dia. Para as mulheres, a indicação é consumir menos de 100 calorias (ou 6 colheres de chá). Uma barra de chocolate contem em média 94 calorias de açúcar.