As exportações da Bahia, que somaram US$ 9,31 bilhões em 2014, tiveram uma retração de 7,8% na comparação com o ano anterior, mesmo com a expansão de 3,8% no volume físico embarcado. Este é o segundo ano consecutivo de queda nas exportações, e o menor valor registrado desde 2010, quando as vendas externas do estado atingiram US$ 8,9 bilhões.
A queda nos preços dos produtos exportados pelo estado em 11% na média foi a principal responsável pelo desempenho negativo, agravado ainda pela perda de mercados dos produtos manufaturados, sobretudo pela recessão econômica argentina e pela lenta recuperação da economia global.
A queda maior que a esperada de preços atingiu segmentos importantes da pauta baiana como o de metais preciosos (ouro) que caiu 24% no ano passado; a celulose, 7,5%; o algodão, 7%; os produtos químicos, 5%; os produtos metalúrgicos (cobre), 4%; a soja, 4%; e os derivados de petróleo 2,7%, dentre os mais importantes.
O setor manufatureiro, que vem perdendo poder de competição com concorrentes estrangeiros e tem participação decrescente nas exportações, recuou 13% nas suas vendas ao exterior em 2014, situação que ainda foi agravada pela crise cambial e econômica na Argentina, principal destino para os manufaturados baianos e pelo embarque de uma plataforma de petróleo em 2013, o que não voltou a ocorrer esse ano.
Como resultado da fraca recuperação da economia global, os principais mercados para as exportações baianas fecharam 2014 no vermelho. A redução no ritmo da atividade econômica na China, e a estagnação na Zona do Euro não foram compensados por resultado melhor do que o esperado nos EUA – que só melhorou a partir do terceiro trimestre -, no Japão e na América Latina, onde prevaleceram as dificuldades econômicas decorrentes do ocaso das commodities. Neste cenário, a Bahia registrou queda nas vendas para todos os principais mercados: UE (-17%); China (-6,2%); EUA (-2,3%); Argentina (-36,6%) e demais países da América Latina (-8,1%).
Apesar de o cenário externo continuar apontando incertezas, 2015 deve ser um ano de recuperação para as exportações baianas, com o câmbio impactando favoravelmente a rentabilidade das vendas externas, além de adicionar mais um elemento de pressão para o recuo do nível de importação, assim como já atua neste sentido a desaceleração da renda e do consumo interno.
Importações
Do outro lado da balança, as importações seguiram num ritmo superior ao das exportações, somando US$ 9,30 bilhões com crescimento de 4,6% sobre 2013.
No desempenho registrado pelas importações no ano passado, em relação ao ano anterior, foi determinante o aumento do volume físico importado, que registrou expressivo aumento de 18,3%, já que os preços, em média – como aconteceu com a maioria dos produtos comercializados mundo afora – recuaram 11,6%.
No ano, os produtos que mais pressionaram as importações foram os combustíveis, com crescimento de 43,2% (nafta para a petroquímica, gás natural liquefeito e querosene), além dos fertilizantes que também registraram aumento de 16%.
Os produtos intermediários, que pesam mais no total das importações estaduais, tiveram recuo de 7%, conseqüência da retração na indústria. Como resultado da queda da confiança empresarial na economia, as importações de bens de capital também registraram queda de 2%.
Em 2014, ao contrário do Brasil, a Bahia ainda conseguiu registrar um superávit de apenas US$ 14,5 milhões em sua balança comercial, o menor desde 2001, e bastante inferior ao saldo de 2013 que chegou a US$ 1,2 bilhão. Já a corrente de comércio (soma de exportações e importações), alcançou US$ 18,6 bilhões, também inferior em 2% a 2013. Fonte: Seagri