A Barry Callebaut foi vetada de comercializar seu novo produto de chocolate Rubi nos EUA, já que a Food and Drug Administration dos EUA não o considera chocolate, de acordo com a ConfectioneryNews. O chocolateiro suíço pediu à agência uma permissão temporária para comercialização e permissão de rotular o produto como chocolate e espera uma resposta até outubro ou novembro.
Lauren Bergan, diretora de inovação para desenvolvimento de mercado da Barry Callebaut North América, comentou que, como o rubi não pertence a nenhuma das categorias de chocolate existentes – leite, escuro e branco -, deve ser considerado um composto por enquanto. Os regulamentos da FDA ditam os ingredientes que devem estar em um produto para poder chamá-lo legalmente de “chocolate”.
Bergan disse que a Barry Callebaut esteve em discussões com empresas de alimentos dos EUA sobre possíveis parcerias envolvendo o novo chocolate rubi.
Receber uma designação de chocolate pela FDA pode significar grandes volumes de dólares para a Barry Callebaut. As chances são de que o produto único não venderia muito bem se tivesse que ser rotulado de um composto em vez de chocolate. Empresas de alimentos, especialmente aquelas no setor de confeitaria, estão ansiosas pelo próximo grande produto, também poderiam estar menos inclinados a desenvolver um novo item se o novo ingrediente não fosse considerado chocolate.
A empresa não revela seu processo de produção, mas diz que o chocolate rubi vem da extração de compostos de grãos de cacau que são colhidos no Equador, Brasil e Costa do Marfim. Barry Callebaut chama o quarto tipo de chocolate, junto com leite, escuro e branco.
Logo no início, o chocolate branco teve algum problema em superar o FDA, que inicialmente definiu como um “confeitaria” em vez de um tipo de chocolate. Isso porque os padrões de identidade da agência determinaram que qualquer coisa rotulada como “chocolate” contenha licor de chocolate, que o chocolate branco não tem. Hoje, o chocolate branco é especificamente definido pela FDA e também tem um padrão de identidade desde 2004, porque a Hershey e a Chocolate Manufacturers Association solicitaram que a agência estabelecesse uma.
Após a estreia do chocolate rubi em Xangai, em setembro passado, desde então ele foi escolhido por outros fabricantes para seus próprios produtos. A Nestlé lançou o Ruby KitKat no Japão e na Coréia do Sul em janeiro, e desde então estreou na Austrália e no Reino Unido. Segundo a Fortune, a empresa chegou a um acordo com a Barry Callebaut para direitos exclusivos de comercializar a nova variedade por seis meses.
O produto teria se saído bem na China e no Japão e estava sendo vendido exclusivamente nas lojas da Tesco, no Reino Unido, em abril. No entanto, Sarah Phillips, que administra uma conta no Instagram relacionada a comida, disse ao jornal The Guardian que o verdadeiro teste do chocolate rubi será se ele funciona bem em cenários técnicos de fusão, têmpera, moldagem e outros tipos de chocolate.
Por enquanto, os consumidores americanos provavelmente não verão nenhum chocolate rubi nas prateleiras até o próximo ano. No momento em que a FDA decidir sobre a permissão temporária de marketing, a demanda dos EUA pode ser alta e os consumidores americanos podem estar mais do que prontos para experimentar os itens que apresentam o novo produto.