Gana, o segundo maior produtor mundial de cacau, está sob intensa pressão para firmar um acordo de empréstimo essencial ao financiamento da próxima colheita. O Conselho do Cacau de Gana e um consórcio de credores internacionais ainda não chegaram a um consenso sobre os termos do empréstimo de US$ 1,5 bilhão, o que põe em risco o início da temporada sem os recursos necessários.
Os bancos têm hesitado em conceder o empréstimo devido a preocupações sobre a produção futura de cacau no país. A falta de financiamento poderia impactar negativamente a oferta global de cacau, agravando um já existente cenário de escassez. Nos últimos anos, Gana enfrentou sucessivos déficits de produção devido a condições climáticas adversas e problemas com doenças nas plantações.
Em uma tentativa de resolver a questão, o Conselho do Cacau de Gana normalmente organiza apresentações para investidores em junho, antes de buscar a aprovação do parlamento em julho. No entanto, este ano, o atraso coloca em risco a assinatura do acordo antes do início da colheita em outubro.
A produção de cacau em Gana este ano já está prevista para ficar 40% abaixo das expectativas governamentais, segundo a Organização Internacional do Cacau. Esse déficit de produção pode exacerbar ainda mais o problema de abastecimento global, especialmente se o acordo de financiamento não for concretizado a tempo.
O Conselho do Cacau de Gana espera que a produção se recupere para 700 mil toneladas na próxima temporada. Entretanto, credores estão preocupados que essa meta não seja alcançada, o que levaria a um adiamento das entregas de mais de 250 mil toneladas de cacau.
A incerteza no mercado de cacau se reflete nos preços futuros, que recentemente ultrapassaram US$ 11.000 por tonelada em Nova York, devido à combinação de problemas logísticos e climáticos. Com a demanda por produtos de cacau em alta, a capacidade de Gana de resolver suas questões financeiras será crucial para a estabilidade do mercado global.
Os principais bancos envolvidos nas negociações incluem Rabobank UA, Standard Chartered Plc, Société Générale SA e Ghana International Bank Plc, todos eles já participaram de acordos anteriores e agora analisam a viabilidade do novo empréstimo.
A crise de financiamento não apenas ameaça a colheita deste ano, mas também pode ter implicações duradouras para a indústria de cacau de Gana e o abastecimento global de cacau.
Fonte: mercadodocacau com informações ghanaweb