Gana quer produzir 1,5 milhão de toneladas de cacau

Segundo maior produtor de cacau do mundo, ficando atrás apenas da Costa do Marfim, Gana quer aumentar os níveis de produção para alcançar 1,5 milhão de toneladas de cacau em quatro anos. Se isso for alcançado, Gana poderia diminuir a lacuna com o produtor número 1 do mundo. No ano de produção 2015/2016, a Costa do Marfim produziu 1,7 milhão e Gana produziu 840 mil toneladas de cacau.
Os dois países também são os principais exportadores de cacau para a Europa. Em 2016, a Costa do Marfim exportou 720 mil toneladas e Gana, 340 mil.
O presidente da Junta do Cacau de Gana (COCOBOD), Hackman Owusu-Agyemang, anunciou o novo objetivo na recente reunião de Agroindústria de Fertilizantes da África Ocidental, realizada em Accra.

Metas
Esta não é a primeira vez que Gana estabelece metas tão ambiciosas na produção de cacau. Em fevereiro de 2016, o COCOBOD anunciou que quer atingir 1,6 milhão de toneladas de cacau até 2026 – esse foi um período de 10 anos.
Enquanto Owusu Agyemang disse que o objetivo seria alcançado através do controle da fertilidade do solo, controle de pragas e doenças, polinização artificial de fazendas, melhora dos preços pagos ao produtor, materiais de plantação de qualidade, entre outras coisas, o anúncio em 2016 de produzir 1,6 milhão de toneladas, feito pelo ex-CEO do COCOBOD, o Dr. Stephen Kwabena Opuni, deveria ser alcançado através da distribuição anual de 60 milhões de mudas híbridas, o que iria adicionar um total de 750 mil toneladas ao produto existente em 10 anos.
Gana produz cacau desde o século XX, de acordo com Owusu-Agyemang. O cacau fornece, em média, de 20 a 25 por cento dos ganhos totais de exportação de mercadorias para Gana, contribuindo com 4-5% para o PIB do país, disse ele.
“Além disso, desempenha um papel importante na geração de emprego para cerca de 800 mil famílias de fazendas. Também serve como uma das principais fontes de receitas governamentais para a geração de infraestrutura socioeconômica”, disse ele. E acrescenta: “Em suma, este país foi construído com base na indústria do cacau”.

Preços
No entanto, os preços globais do cacau têm baixado em 10 anos e os analistas preveem que a situação pressionará as economias de Gana e Costa do Marfim. Enquanto isso, alguns fatores retardam o crescimento da produção em Gana. Owusu-Agyemang afirma que, por mais importante que seja, o setor tem sido prejudicado há décadas por práticas agrícolas pobres que esgotam significativamente os nutrientes do solo. E apesar do conhecimento de que os déficits nutricionais do solo são um obstáculo crítico para a produtividade do cacau, as más práticas continuam.

Fertilidade
Segundo ele, o nível atual de fertilidade do solo nas fazendas de cacau em Gana é inferior a 10 por cento do que é necessário para culturas produtivas e solos. E este problema crescente, disse ele, é agravado pelo aumento da demanda global de cacau.
“Diante da demanda por cacau que deverá aumentar de 2-3 por cento ao ano, o setor global é pressionado por estratégias para aumentar a produção e combater os desafios agronômicos e econômicos enfrentados pelos produtores”, afirmou.
Ele também mencionou outros fatores, como o desmatamento, aumento da mineração ilegal e a exploração madeireira ilegal, que afetam o crescimento do setor de cacau.
O presidente do COCOBOD disse que a organização está reformulando seu programa de alta tecnologia para que os agricultores diminuam os problemas de fertilidade do solo.
“Para preservar o meio ambiente e otimizar os retornos da aplicação de fertilizantes, o COCOBOD está tomando medidas para garantir que a formulação de fertilizantes em Gana seja feita especificamente para o local e para construir a capacidade dos agricultores no gerenciamento integrado de fertilidade do solo”, disse ele.
Além disso, ele afirma que o governo e o COCOBOD estão criando o ambiente favorável aos investidores que pretendem implementar formulações químicas e fábricas de fertilizantes em Gana. Por exemplo, aproveitando a política “One District One Factory”, disse ele.

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