Gana Rompe Tradição de 32 Anos e Abandona Empréstimos Internacionais para Safra de Cacau

Em uma mudança histórica, Gana anunciou que não buscará mais empréstimos de bancos internacionais para financiar sua safra de cacau, encerrando uma tradição de 32 anos que desempenhou um papel crucial na sustentação das fazendas de cacau e da economia do país. O anúncio foi feito pelo CEO do Ghana Cocoa Board, Joseph Boahen Aidoo, em Acra, capital do país, nesta terça-feira.

Segundo Aidoo, o Ghana Cocoa Board optou por “desmamar-se” dos empréstimos anuais sindicalizados, uma decisão que marca um novo capítulo na forma como o país financia sua produção de cacau. Em vez de recorrer a financiamentos estrangeiros, a organização usará fontes domésticas para adquirir o cacau dos agricultores na próxima temporada, que começará em 1º de setembro, um mês antes do habitual.

Contexto e Implicações da Decisão

Essa decisão ocorre em um momento em que o país, o segundo maior produtor mundial de cacau, enfrentava dificuldades para assegurar o financiamento internacional necessário. De acordo com uma reportagem da Bloomberg, o país estava negociando um empréstimo-ponte com empresas como Barry Callebaut AG e Olam Group Ltd., após as negociações para um empréstimo sindicalizado de US$ 1,5 bilhão com credores estrangeiros terem estagnado.

Historicamente, o Ghana Cocoa Board levantava pelo menos US$ 1 bilhão por ano para cobrir custos como mudas, produtos químicos, fertilizantes e a compra de grãos dos agricultores. No entanto, no ano passado, o conselho só conseguiu assegurar US$ 600 milhões, devido à reestruturação da dívida de Gana e a uma queda na produção, que afetaram negativamente a classificação de crédito do país.

Desafios Climáticos e Econômicos

Além das complicações financeiras, Gana também enfrenta desafios climáticos que afetaram sua produção de cacau. A meta de colheita para a temporada 2024-25 foi reduzida em 20%, para 650.000 toneladas, devido a preocupações com o clima, doenças nas plantações e escassez de fertilizantes. Esses fatores, juntamente com a redução da produção em Gana e na Costa do Marfim, principal produtora mundial, contribuíram para o aumento dos preços futuros do cacau, que ultrapassaram os US$ 11.000 por tonelada pela primeira vez no início deste ano.

Impactos na Economia Nacional

A mudança na estratégia de financiamento também tem implicações significativas para a economia de Gana. A ausência de financiamento estrangeiro significa que o Banco de Gana terá que esperar pelas receitas das vendas de cacau para acumular reservas em moeda estrangeira. Anteriormente, o banco central recebia uma quantia considerável em dólares em outubro, quando a colheita começava. Esses recursos eram utilizados para gerir a volatilidade das taxas de câmbio.

“A receita do nosso cacau será paga em dólares, e nossos contratos a termo também serão pagos em dólares quando entregarmos o cacau”, afirmou Aidoo, enfatizando que a entrada de dólares será crucial para sustentar a moeda local, o cedi.

A decisão de Gana de abandonar o financiamento internacional para sua safra de cacau marca um momento de transição para o país, que enfrenta o desafio de equilibrar a sustentabilidade econômica com a necessidade de manter sua posição como um dos principais produtores de cacau do mundo.

Fonte: mercadodocacau com informações bloomberg

Curtiu esse post? Compartilhe com os amigos!

Facebook
Twitter
LinkedIn
WhatsApp
Telegram

2 Comments

  1. Jouber silva da costa disse:

    GANA DE NOVO ?
    SERÁ Q FOI USSO OU OS BANCOS NAO QYWREM MAIS EMPRESTAR PQ NÃO TEM CACAU E NAO TERÃO
    ” SUGESTÃO : DEIZEM GANA EM PAZ…
    COMENTEM SOBRE A SAFRA BRASILEIRA, ,CLIMA, PRAGAS , FINABCIAMENTOS , RESULTAD9S R$ DO PRODUT94 , ASSISTENC8A TECM8CA , GENETICAS ETC… “

  2. Wellington Menelli disse:

    Colapsou, o modelo de exploração de cacau na África esgotou a capacidade dos agricultores produzirem.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *